A abertura do Hospital Regional de Santa Maria está condicionada a um investimento de mais R$ 60 milhões. A declaração é do secretário-adjunto de Saúde do Estado, Francisco Paz, e foi dada na manhã desta quarta-feira (9), na Assembleia Legislativa, quando Paz foi prestar contas do primeiro quadrimestre deste ano da pasta.
Além disso, ele garantiu que, neste momento, não é possível falar em datas para a abertura do hospital. A obra, iniciada em 2010, foi entregue no ano passado e consumiu, em valores atualizado, R$ 70 milhões.
O hospital segue, desde então, fechado e sem prestar atendimento à população de Santa Marie e de diversas regiões do Estado. Enquanto isso, o Hospital Universitário de Santa Maria (Husm) segue sobrecarregado. O Husm é hoje a única porta de entrada por meio do Sistema Único de Saúde (SUS) para pacientes de mais de 40 municípios gaúchos.
O deputado estadual Valdeci Oliveira, que é vice-presidente da comissão de saúde da Assembleia, questionou o secretário sobre a abertura do Hospital Regional.
O estudo do Hospital Sírio-Libanês, contratado pelo Ministério da Saúde, para saber quem fará a gestão do Regional também foi alvo de questionamento. Segundo o secretário-adjunto, o Hospital Sírio-Libanês entregou um “estudo aprofundado, vasto e extenso sobre a situação física do hospital”. Também, conforme ele, a proposta assistencial foi contemplada.
Francisco Paz acrescentou que o hospital, quando aberto, disponibilizará atendimentos nas áreas da neurologia, da traumatologia e da reabilitação com acompanhamento de pacientes crônicos.
Alterações
O secretário-adjunto acrescentou que a área física precisará passar por adaptações, como ele destaca:
“Vamos ter que equipar o hospital, corrigir o projeto da área física – que há problemas de projeto -, também tem problemas de execução e de adequação. Estes investimentos estão todos calculados e chegam à beira dos R$ 60 milhões – com os equipamentos que deverão ser adquiridos para colocar o hospital em funcionamento”.
Paz acrescentou que o projeto, por ter 10 anos, apresenta algumas inconsistências. E demandas que não foram contempladas, à época, agora, precisarão ser adequadas.
Além disso, ainda há erros de execução da obra, segundo o secretário, o que exigirá adaptações na obra. O empreendimento também contabiliza problemas de manutenção. Ele dá como exemplo dessa situação a necessidade de fazer reparos no telhado do hospital.
Paz afirma que outra questão que o poder público terá de observar, antes de abrir, é definir o número de leitos e de salas de exame que o Regional comportará – já que, inicialmente, o projeto previa um hospital inspirado na Rede Sarah.
Gestão
Sobre a gestão do hospital e de quem ficará à frente da unidade, o secretário falou que, inicialmente, os hospitais Sírio-Libanês, Moinhos de Vento e Mãe de Deus estavam no páreo para uma eventual gestão.
Mas, segundo ele, no primeiro semestre deste ano, o Moinhos de Vento e o Mãe de Deus “se desinteressaram pelo negócio”. Destacou que o Sírio-Libanês seguiu e, na sequência, ficou responsável por elaborar um estudo de gestão do Hospital Regional. Contudo, após ser definida a gestão, é preciso “fechar o contrato de quem fará a gestão, o que ainda não está definido”.
“Acho que teremos uma solução em breve (quanto à gestão). Confio nisso”, acrescentou Francisco Paz.
Sobre a possibilidade de a Ebserh – que administra o Hospital Universitário de Santa Maria (Husm) e que, em 2014, firmou um termo de cooperação técnica para assumir o Regional –, Paz falou:
“A Ebserh não tem demonstrado mais interesse. No momento, a própria Ebserh não tem mais interesse”.
Na última pergunta da Comissão de Saúde da Assembleia, foi questionado se haveria como dar prazos para a abertura do Hospital Regional, e o secretário-adjunto disse:
“Não, não tem data”.