O Hospital São Lucas da PUCRS realiza um estudo de viabilidade econômica para assumir a gestão do Hospital Regional de Santa Maria, que teve a obra iniciada em 2010 e entregue em setembro de 2016. A informação foi confirmada à reportagem da Rádio Gaúcha pela assessoria do próprio hospital. O Regional, que teve um custo de R$ 70 milhões em valores atualizados, está há 11 meses com as portas fechadas.
A Secretaria Estadual da Saúde informou à Rádio Gaúcha, por e-mail, que “solicitou para vários hospitais e entidades um estudo de viabilidade econômica para a gestão do Hospital Regional”. A nota acrescenta que “o estudo foi encomendado não só ao Hospital São Lucas da PUC, mas também a diversas instituições localizadas no Rio Grande do Sul e fora do Estado”.
O prefeito de Santa Maria, Jorge Pozzobom (PSDB), disse à Rádio Gaúcha ter conhecimento de que o Estado havia sondado outros hospitais para uma eventual gestão do Regional. O chefe do Executivo afirma que estará em Brasília, na quinta-feira (3), e tratará do tema. Pozzobom assegura que busca incessantemente dar agilidade à abertura do hospital. Mas, pondera, que o município tem limitações nas tratativas finais:
“Quem define a gestão do Hospital Regional é exclusivamente o governo do Estado. Além disso, quem define o financiamento do hospital é competência da União e do Estado de forma concomitante. O município não tem intervenção, não há qualquer ingerência nesse ponto. O Hospital Sírio-Libanês já fez todo o planejamento estratégico do Regional. Era inicialmente o (hospital) Mãe de Deus que faria a gestão (do Regional), mas houve algum problema e isso (assumir a gestão) não será mais possível. Eu sei que o governo do Estado andou consultando, dialogando com outras instituições para viabilizar a gestão do Regional. A questão da viabilidade econômica (feita pelo Hospital São Lucas) é algo que deve ser feito por quem tem interesse, é de praxe”.
Pozzobom assevera que a abertura do Hospital Regional “está muito mais avançada do que se pode imaginar”. Mas, o prefeito afirma não ser possível dar prazos.
Na pauta da UFSM
O reitor da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Paulo Burmann, afirma que voltará a apresentar ao governo do Estado a proposta para que o Hospital Regional seja administrado pela UFSM via Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).
Burmann lembra, inclusive, que em 2014, houve a assinatura de um termo de cooperação para que isso ocorresse. Mas, na troca do comando do Estado, em 2015, o Piratini descartou uma gestão por meio da Ebserh. Essa situação se mostrou em um entrave e em um retrocesso, na avaliação do reitor.
“Vamos tentar sensibilizar o governo do Estado para abrir em caráter emergencial o Hospital Regional de Santa Maria. Precisamos o quanto antes fazer com que esse empreendimento seja colocado à disposição da população. A população de Santa Maria e da região é hoje penalizada por toda essa situação. Entendemos que a UFSM está, sim, habilitada a fazer a gestão do Regional via Ebserh.”
A preocupação do reitor é justificada, segundo ele, porque o Hospital Universitário de Santa Maria (Husm) segue sendo a única porta de entrada via SUS para um contingente de 1 milhão de pessoas de 40 municípios das mais variadas partes do Estado. Burmann fala que a pauta "é humanitária e deve ter um desfecho o quanto antes sob o risco de penalizar ainda mais os usuários do SUS".
A pauta de abertura do Hospital de Regional será tratada, na sexta-feira (4), pelo reitor da UFSM em encontro a ser realizado com gestores de municípios da região.