As alternativas tecnológicas utilizadas pela empresa Tepco na geração de energia a partir da queima de carvão foram conferidas pelo governo gaúcho nesta segunda-feira (5).
A comitiva, que chegou ao Japão no domingo (4), foi recebida por representantes da Usina Termelétrica de Hitachinaka, na província de Ibaraki, a 130 quilômetros de Tóquio. O Estado aposta na retomada da política de extração e uso do mineral, já que possui 90% das reservas brasileiras.
– O conhecimento tecnológico japonês passa a ser, para nós, uma referência importante, sem abrir mão do conteúdo ambiental, que tem que ser rigoroso, construído e que dá a demonstração de que é possível extrair energia preservando o meio ambiente –, disse o governador José Ivo Sartori.
A companhia Tepco é a responsável pelo projeto da Usina Termelétrica do Baixo Jacuí, que prevê investimentos de US$ 2 bilhões e geração de 1.000 MW, o suficiente para atender a demanda de cerca de 30% da demanda do Estado.
A expectativa aponta para o uso do carvão minerado na região de Charqueadas, o que reduziria o impacto ambiental. A empresa extrativista gaúcha Copelmi enviou 80 toneladas do mineral gaúcho para queima pela empresa japonesa. Embora a geração de cinzas seja mais alta, o produto do Rio Grande do Sul foi aprovado.
– A primeira sinalização que o ministro (de Minas e Energia) nos passa é levar a termo um grupo de trabalho para acelerar o passo num programa de modernização do parque termelétrico existente –, pontua o secretário estadual de Minas e Energia, Artur Lemos.
Ele relata que um dos três pilares para que o projeto saia do papel está concluído, que é a intenção da Tepco de contar com uma usina termelétrica no RS. Os outros dois passos, ainda sem definição, são a disposição do Governo Federal em lançar leilões de energia elétrica a partir de carvão mineral e investidores dispostos a financiar o empreendimento. O BNDES não participa de negócios com carvão.
Hitachinaka
A Hitachinaka Power Plant é responsável pela geração 2.000 MW, com previsão de aumento de produção para 2.650 MW. Uma parte do resíduo do carvão queimado no local é vendido para empresas que fabricam cimento. A outra vai para um aterro construído dentro da propriedade da companhia. Há ainda a venda de gesso obtido a partir de um dos processos de redução do potencial de poluição.
O mineral utilizado pela usina é comprado, principalmente, da Austrália e da Indonésia.