Manifestantes se reuniram no centro de Porto Alegre, nesta quarta-feira (24) para protestar contra o governo do presidente Michel Temer. Os participantes do ato, que começou por volta das 17h, se concentraram na Esquina Democrática, onde gritaram palavras de ordem contra Temer.
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Estudantes, sindicatos, movimentos sociais e representantes e integrantes de partidos políticos participam do protesto. A Brigada Militar (BM) e a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) acompanharam a movimentação.
Por volta das 19h30min, manifestantes começaram caminhada pelas principais ruas e avenidas da região central de Porto Alegre, causando bloqueios em alguns trechos das vias. Durante o ato, não foi registrado confronto entre o grupo e a BM. A unidade do mercado Zaffari na Rua Lima e Silva, no bairro Cidade Baixa, foi depredada por alguns integrantes do movimento.
A passeata terminou por volta das 20h30min, quando os manifestantes se concentraram no Largo Zumbi dos Palmares, na esquina das Avenidas Loureiro da Silva com a Rua José do Patrocínio. No local, a maior parte do grupo dispersou sem confusão perto das 21h30min.
Confronto em Brasília
A marcha de centrais sindicais nesta quarta-feira (24), em Brasília, foi palco de confronto entre manifestantes e policiais. Após uma passeata contra as reformas e pela renúncia do presidente Michel Temer, o ato se concentrou na Esplanada dos Ministérios e no entorno do local, que virou um cenário de guerra. Com o auxílio de um carro de som, organizadores chegaram a falar em "invadir o Congresso".
Em breve pronunciamento, o ministro da Defesa, Raul Jungmann, afirmou que tropas federais foram convocadas para intervir no protesto na Esplanada para que os prédios fossem "mantidos incólumes". Ministro disse que o presidente Michel Temer considera a "baderna inaceitável". A intervenção foi solicitada pelo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), a Temer.
Os embates começaram por volta das 14h quando um grupo de mascarados tentou furar a barreira policial em frente ao Congresso. A Força Nacional e a Polícia Militar (PM) usaram bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha para conter os manifestantes, que avançavam pelo gramado. O Congresso foi cercado por grades instaladas mais cedo e por um cordão formado por policiais.
Pouco depois das 15h15min, chamas foram registradas no térreo do prédio do Ministério da Agricultura. Conforme o Corpo de Bombeiros, o fogo foi extinto pouco depois das 16h. O Ministério do Planejamento e o da Cultura também foram alvos de incêndio. Com a intensificação do protesto e dos registros de depredação, a Casa Civil determinou a liberação de todos os funcionários da Esplanada.
Alguns participantes criaram barricadas, colocando fogo em banheiros químicos, placas, cones, orelhões e objetos retirados de dentro dos prédios ministeriais. Há informação de feridos, mas ainda não foi divulgado um balanço oficial da Secretaria de Segurança Pública.
O ato foi encerrado gradativamente após o anúncio de Raul Jungmann. Às 17h30min, a Esplanada já estava praticamente vazia. Parte dos sindicalistas se dirigiu ao estádio Mané Garrincha, onde se concentravam os ônibus que os levaram a Brasília. Também houve uma aglomeração e novo confronto entre policiais e manifestantes na rodoviária Plano Piloto, que fica a poucos metros da Esplanada.
A estimativa da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal é que cerca de 35 mil pessoas participaram da marcha, enquanto organizadores calcularam 150 mil. Brasília recebeu 500 ônibus com caravanas de outros Estados. A maioria das faixas carregadas pelos manifestantes tinha como dizeres a frase "Fora Temer".
"Bolo"
Depois do "bolo" que as centrais sindicais receberam de parlamentares que prometeram se juntar à manifestação e não compareceram à concentração do ato, manifestantes gritam: "Ô deputados, cadê vocês? Viemos aqui para ver vocês".
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*Zero Hora