A série de reportagens sobre os Panama Papers, resultado de um trabalho colaborativo que envolveu mais de 300 profissionais de 76 países, foi uma das vencedoras do Prêmio Pulitzer de Jornalismo de 2017, na categoria Explanatory Reporting. No Brasil, a equipe do jornal O Estado de S. Paulo participou da investigação sobre o caso, juntamente com jornalistas do UOL e da RedeTV!.
O Pulitzer é o prêmio de jornalismo mais importante dos Estados Unidos. Com sede em Washington, o Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ), que coordenou a cobertura, foi agraciado pelo júri, juntamente com outros dois participantes americanos, o Miami Herald e a rede McClatchy, que publica 29 jornais.
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Os jurados destacaram na premiação o caráter internacional da investigação, "uma colaboração de repórteres de seis continentes para expor a infraestrutura oculta e escala global das empresas offshore".
A investigação sobre os Panama Papers expôs o uso de paraísos fiscais para ocultar dinheiro e bens de políticos e empresários de mais de 50 países. O caso veio à tona graças ao vazamento de 11,5 milhões de documentos da empresa Mossack Fonseca, que tinha sede no Panamá e 39 escritórios espalhados pelos principais centros financeiros do planeta, entre eles São Paulo.
Recebidos pelo jornal alemão "Sddeutsche Zeitung", os documentos foram analisados em sigilo, durante mais de um ano, por profissionais de mais de cem veículos de imprensa, sob a coordenação do ICIJ. Publicada a partir de abril de 2016, a série de reportagens revelou ligações de 14 atuais ou ex-chefes de Estado com empresas offshore.
Dos políticos, o maior implicado foi o presidente russo, Vladimir Putin, cujo círculo de amigos e assessores movimentou secretamente cerca de US$ 2 bilhões por meio de bancos e empresas com atuação obscura.
O braço brasileiro da apuração dos Panama Papers revelou a existência de 107 offshores ligadas a personagens investigados pela Operação Lava-Jato.