Modelos que participaram da festa de relançamento da revista Playboy no Brasil, em agosto de 2016, acusam dois empresários que detêm os direitos da publicação no país de assédio sexual. Na denúncia, André Luís Sanseverino e Marcos Aurélio de Abreu Rodrigues e Silva, da PBB Entertainment, pediam fotografias das mulheres nuas e faziam propostas de cunho sexual em troca de novos trabalhos. A denúncia foi revelada pelo Fantástico, da Rede Globo.
– Falei com ele a respeito do trabalho que ele tinha prometido para a gente e ele começou a falar de forma não profissional. Ele começou a perguntar se eu iria mais afundo para conseguir um trabalho melhor, por exemplo, se eu trairia meu namorado da época – relata Samantha Ofsiany, uma das modelos que faz a acusação.
Ao programa dominical, as mulheres mostraram as trocas de mensagens com Sanseverino. Elas contam que após a festa, ele teria pedido para entrar em contato se elas tivessem interesse de continuar trabalhando como modelo.
Se as mulheres recusassem as ofertas sexuais, ele se despedia e descartava a possibilidade de novos trabalhos. Sanseverino teria prometido fama e dizia ter "transformado meninas comuns em grandes modelos e atrizes", como relata uma das vítimas.
– As propostas de cunho sexual eram todas assim: "se você fizer sexo comigo, eu te (sic) coloco nas capas da Playboy". Esse tipo de proposta foi feito de forma muito ostensiva – diz Marcello Lombardi, advogado das modelos.
Por telefone, Marcos Aurélio de Abreu Rodrigues e Silva nega as acusações. André Luís Sanseverino afirma que faz as perguntas pois "queria dar um novo enfoque para as coelhinhas" e queria se certificar de que não "haveria garotas de programa". Sanseverino não respondeu quando perguntado por que ao receber a negativa das mulheres fazia justamente ao contrário.
Em nota, a editora responsável pela publicação da Playboy informou que decidiu afastar Sanseverino até que as denúncias sejam apuradas.