A reintegração de posse de 426 unidades habitacionais do Minha Casa Minha Vida no bairro Guajuviras, em Canoas, iniciada na manhã desta terça-feira, deve seguir pelo menos até quarta-feira. O local foi invadido por 420 famílias em 2 de janeiro deste ano. Destas, 82% não tinham cadastro em programas de moradias. Conforme o comando do 15º Batalhão de Polícia Militar (15º BPM) do município, quase todas as 146 casas que já estão prontas para receber moradores no condomínio foram liberadas. No início dos trabalhos, a força-tarefa, que reúne Brigada Militar (BM), Guarda Municipal, Polícia Federal (PF) e Bombeiros, Samu e outros setores da prefeitura, chegou a contar com 600 agentes, mas o número foi reduzido ao longo do dia, afirmou o comandante do 15º BPM, tenente-coronel Valdeci Antunes dos Santos:
– Iniciamos a desocupação com um efetivo de 600 agentes, mas reduzimos esse número para algo em torno de 50% devido à baixa resistência das pessoas que invadiram o local. Até o fim da tarde desta terça, quase finalizamos a desocupação das 146 casas que já estão prontas. Dessas 146, apenas algumas famílias ainda não saíram do local, mas negociaram a liberação dos imóveis para esta quarta-feira.
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BM, Guarda Municipal e uma empresa de segurança que presta serviços para a prefeitura de Canoas farão rondas periódicas no local para evitar possíveis transtornos no intervalo até a retomada da desocupação, programada para a manhã de quarta-feira, quando os agentes deverão começar a liberação das 280 moradias que ainda estão em obras, mas mesmo assim foram invadidas. Ainda não há previsão para o fim da reintegração, segundo o comandante.
No início da desocupação, algumas famílias tentaram resistir ao avanço das autoridades, chegando a usar barricadas, mas agentes de segurança e oficiais de Justiça acabaram convencendo os invasores a optarem por uma saída pacífica:
– Até o momento, não enfrentamos muita resistência na desocupação. Algumas famílias não cooperam em um primeiro momento, mas acabam convencidas após uma conversa com os agentes. Só vamos encerrar os trabalhos após a liberação total das residências – disse o comandante.
Cerca de 40 caminhões foram colocadas à disposição para o transporte das famílias que foram retiradas do local. Durante a tarde, duas placas para captação de energia solar foram furtadas dos telhados de duas residências, mas a polícia conseguiu recuperar os objetos, segundo o tenente-coronel.
De acordo com a prefeitura de Canoas, desde janeiro deste ano, ocorreram 30 ocupações no município.