Um estudo feito pela prefeitura de São Francisco de Paula, em parceria com a Emater e a Associação Comercial e Industrial locais, estimou em R$ 21 milhões o prejuízo do empresariado com a destruição provocada pela tempestade severa que caiu sobre o município no último domingo. Um relatório foi enviado nesta quarta-feira para a Defesa Civil do Estado, com o pedido de que seja encaminhado o decreto de calamidade pública _ condição que facilitaria a obtenção de financiamentos e outros recursos estaduais e federais.
Leia mais
Como ajudar os moradores de São Francisco de Paula
Defesa Civil apela por material de construção para São Francisco de Paula
Oitenta atendimentos e confiança no gerador: como foi o plantão no hospital de São Francisco
Por que o fenômeno que atingiu a cidade ainda não foi identificado
VÍDEO: bombeiro registra a chegada de vendaval a São Francisco de Paula
Os setores considerados pelo levantamento são o da indústria, comércio, serviços e agronegócio. Ao todo, 38 empresas declararam perdas. O secretário de Desenvolvimento Econômico de São Chico, Rafael Marques, explica como foi feita a pesquisa.
– Fizemos uma força-tarefa com os técnicos da secretaria e da Emater, que visitaram empresa por empresa e fizeram um raio-x, pegando o ramo de atividade, qual o tipo do prejuízo e o valor estimado. Foi um levantamento específico para poder decretar calamidade pública, que nos exige esses dados. Conseguindo isso, vamos tentar ajudá-los a se recuperar dentro de suas necessidades – afirma Marques.
Os danos relatados vão de perda de pavilhões e maquinário com a força dos ventos até produtos estragados devido à falta de energia elétrica. Os prejuízos declarados variam entre R$ 10 mil e R$ 7 milhões. O secretário, que também é vice-presidente da ACI, considera que em até quatro meses todas as empresas irão retomar atividade plena. Porém, destaca que a recuperação do prejuízo depende muito das oscilações do mercado.
– Estimamos entre 120 a 150 dias para que todas as empresas voltem ao funcionamento normal. Para a recuperação econômica, é difícil prever. Como a maior parte das empresas é do ramo agrícola, dependemos muito do mercado. E o mercado de batata e pinus, que são a base da nossa economia, passa por um período de baixa nos preços. Se o ano que vem for bom como foi o ano passado, em um ano iremos nos recuperar – acredita.
Marques também destaca o espírito de solidariedade entre o empresariado, que reiteradamente pede que a prefeitura priorize o auxílio aos mais de 1,6 mil moradores afetados pela catástrofe. Esse é um dos motivos que faz o secretário acreditar que, apesar do período difícil que se anuncia, não deve haver demissões nas empresas.
– Acredito que não vá haver demissões. Os produtores percebem que o prejuízo de quem perdeu tudo é mais significativo que o deles. O que eles nos dizem é que, neste momento, a nossa preocupação maior deve estar nas famílias afetadas. É ótimo perceber este espírito, mas por outro lado temos que ter o pensamento estratégico, pois são empresas que ajudam a sustentar as famílias – analisa.