Santa Catarina irá receber mais um reforço no combate à febre amarela. Nesta quarta-feira, o Ministério da Saúde encaminha ao Estado mais 90 mil doses da vacina. Com 42,3 mil doses no estoque, SC tem conseguido atender a demanda crescente, garante a Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive-SC). No ano passado, foram aplicadas 125,7 mil doses em catarinenses.
SC soma quatro casos suspeitos da doença neste ano. Três pacientes com casos investigados estiveram em Minas Gerais e um em Mato Grosso. No ano passado inteiro foram registrados seis casos suspeitos, todos foram descartados. As amostras foram enviadas para o Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo, e resultados ainda não ficaram prontos. O Brasil registrou até agora 68 mortes e 180 casos confirmados em pouco mais de dois meses. Esse é o maior número de casos desde que começaram os registros há 37 anos, informou o Ministério da Saúde. A maioria dos falecimentos ocorreu em Minas Gerais, epicentro do surto e onde 56 pessoas morreram por causa da doença. Também na região Sudeste, o Espírito Santo registrou seis mortes por febre amarela. São Paulo registrou três mortes, segundo o mesmo boletim.
Apesar de Santa Catarina não registrar casos de febre amarela em humanos desde 1966 - último caso foi no Oeste de SC - a vacinação contra a doença é indicada para 100% da população dos 162 municípios catarinenses que integram a Área com Recomendação de Vacina contra Febre Amarela (ACRV). Algumas cidades como Urubici, São Joaquim, Joaçaba e Lages integram a lista.
A gerente de Imunização da Dive/SC, Vanessa Vieira da Silva, reforça que é uma vacina de rotina, que não está em falta e há disponíveis tanto pelo Ministério da Saúde como no Estado.
– A vacina contra a febre amarela é altamente imunogênica, ou seja tem eficácia de 99%. A estratégia de duas doses, adotada no Brasil, é segura e garante proteção durante toda a vida – diz.
Ela lembra que as pessoas que moram em Área Com Recomendação de vacina (ACRV) ou vão viajar para essas áreas devem tomar a vacina. Assim como quem for fazer alguma trilha, ecoturismo ou viajar para o Exterior também deve se imunizar com pelo menos 10 dias de antecedência para que surta efeito.
Por ser uma vacina de vírus vivo atenuado, está contraindicada para crianças menores de 6 meses de idade, idosos acima de 60 anos, gestantes, mulheres que amamentam crianças de até seis meses, pacientes em tratamento de câncer ou que apresentam alguma imunodepressão.
Algumas clínicas privadas que trabalham com a imunização contra a febre amarela já perceberam o aumento da procura pela vacina. A Clínica Tio Cecim, em Florianópolis, aplicou 150 doses em 2016. Neste ano o pouco estoque chegou a acabar e uma fila de espera de 50 pessoas foi registrada. Agora já receberam novas doses. No Laboratório Santa Luzia, também em Florianópolis, o estoque terminou e atendem cerca de uma ligação por dia procurando a vacina.
Quem deve se vacinar
Todos os moradores dos 162 municípios catarinenses que integram a Área com Recomendação de Vacina contra Febre Amarela (ACRV) e todas as pessoas que residem ou viajam para regiões silvestres, rurais ou de mata de qualquer um dos 3.530 municípios brasileiros considerados ACRV. Essas cidades são localizadas em todos os estados das regiões Norte e Centro Oeste; em Minas Gerais e no Maranhão e em alguns municípios do Piauí, Bahia, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Quem ainda não é vacinado e pretende viajar para essas áreas deve procurar um posto de vacinação pelo menos 10 dias antes da viagem.
As duas doses da vacina febre amarela fazem parte do Calendário Nacional, sendo o esquema vacinal uma dose aos 9 meses de idade com reforço aos 4 anos. Para pessoas de 2 a 59 anos, a recomendação é de duas doses. Assim, a proteção está garantida para o resto da vida. Idosos, gestantes e lactantes devem ser avaliados previamente por médicos antes de serem vacinados.
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