Informações sigilosas do diagnóstico de Marisa Letícia foram vazadas por uma médica do Hospital Sírio-Libanês, onde a ex-primeira-dama está internada desde o dia 24 de janeiro. Os dados foram compartilhados em um grupo de WhatsApp poucas horas após a entrada da mulher do ex-presidente Lula na casa de saúde. As informações são do jornal O Globo.
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Na manhã desta quinta-feira, o hospital divulgou um boletim informando que exame identificou ausência de fluxo cerebral na ex-primeira-dama. Depois da autorização da família, foram iniciados os procedimentos para a doação de órgãos.
Ainda segundo a publicação, a médica atua como reumatologista e tem 31 anos. Ela enviou os documentos para um grupo de amigos de faculdade, liberando diversas informações sobre a internação de Marisa Letícia e o estado de saúde dela na data. A conduta é ilegal, visto que o Código de Ética Médica deixa claro que profissionais da área da saúde não podem divulgar para terceiros prontuários de pacientes.
No Capítulo IX do Código de Ética Médica disponível no site do Conselho Federal de Medicina, o artigo 73 deixa claro que é vedado ao médico "revelar fato de que tenha conhecimento em virtude do exercício de sua profissão, salvo por motivo justo, dever legal ou consentimento, por escrito, do paciente" e que a proibição permanece "mesmo que o fato seja de conhecimento público".
Após esse primeiro vazamento, os arquivos se espalharam nas redes sociais, inclusive com informações que não constavam no boletim divulgado oficialmente pelo hospital, horas depois. No mesmo grupo no qual a reumatologista enviou os dados, outro médico enviou imagens de tomografia atribuída a Marisa Letícia.
Os detalhes citados por ele foram confirmados pela médica. Integrantes do grupo ironizaram a situação da ex-primeira-dama, sugerindo que os profissionais do hospital fossem negligentes em relação ao atendimento prestado, o que facilitaria sua morte.
A médica que provocou os vazamentos afirmou a colegas que apenas divulgou informações que já estavam sendo repercutidas pela imprensa e lamentou que os arquivos tenham sido compartilhados em outros meios.
Por meio de nota, a direção do hospital repudiou a ação da profissional e afirmou que tem "uma política rígida relacionada à privacidade de pacientes". No comunicado, a direção afirma que tomou as medidas disciplinares cabíveis em relação à médica.
O vazamento de uma tomografia realizada em Marisa Letícia é investigado pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp). Conforme o Sírio-Libanês, a tomografia não foi feita na instituição. De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, a médica foi demitida.