O jovem Willian de Lima Fabrim, 19 anos, vítima do acidente no qual um veículo Astra bateu em uma árvore, na madrugada de sexta-feira em Santo Ângelo, nas Missões, teve a morte encefálica comprovada depois de três testes.
Haviam morrido, em razão do mesmo acidente, Fernanda Leobelt Borges, 16 anos, e Larissa Dutra Tasch, 17. De acordo com a Polícia Civil, o corpo de uma delas foi encontrado dentro do porta-malas do carro.
Após contato da Comissão para Captação de Órgãos do Hospital de Santo Ângelo (Cihdott), uma equipe da central de transplantes da Santa Casa, de Porto Alegre, foi a Santo Ângelo. Na manhã deste sábado, já com a concordância da família, examinava a possibilidade de doação de rins, fígado e pulmão de Fabrim.
O acidente aconteceu por volta das 4h de sexta-feira, na Avenida Rio Grande do Sul, na zona sul de Santo Ângelo. Todos os jovens eram residentes de Santo Ângelo e voltavam de festa no bairro Santa Fé, conforme o delegado plantonista Marcus Vinicius Viafore, que atendeu o caso.
Outras quatro pessoas estavam no carro e ficaram feridas. Segundo a assessoria de comunicação do Hospital de Santo Ângelo, Paulo Ricardo Kic do Nascimento, 19 anos e Andressa Dutra Tatsch, 15, estão na UTI – o quadro clínico de Andressa e Nascimento é estável. Maria Eduarda do Santos Bueno, 15 anos, passou por cirurgia no fêmur, na tarde de sexta, e foi encaminhada para o quarto após o procedimento. A situação médica dela é estável.
O motorista do veículo, Wellington Andrei Santos, 20 anos, também foi encaminhado ao centro médico, mas liberado após ser medicado, pois não possuía ferimentos graves. Ele foi conduzido pela Polícia Civil ao Presídio Regional de Santo Ângelo após ser preso em flagrante. Segundo a Delegacia de Polícia (DP) de Santo Ângelo, Santos será investigado por homicídio doloso (com intenção de matar) na condução de veículo.
– Antes de ser encaminhado ao presídio, o Wellington não quis prestar depoimento e disse que só vai falar em juízo. As outras quatro vítimas estão hospitalizadas. Isso dificulta a investigação nesse primeiro momento. Tudo leva a crer que o veículo estava em alta velocidade, mas só a perícia vai conseguir atestar isso – afirmou Viafore.
Ainda segundo o delegado plantonista, a condução do veículo com sete pessoas a bordo – duas a mais do que o permitido no carro envolvido no acidente – seria uma dos agravantes utilizados para justificar a investigação por homicídio doloso.
O condutor não passou pelo teste de embriaguez, porque, segundo a polícia, ele havia sido medicado, e isso poderia influenciar no resultado. A perícia está trabalhando para esclarecer a dinâmica do acidente e porque um dos corpos estava dentro do porta-malas.
Fernanda Leobelt Borges e Larissa Dutra Tasch foram veladas na funerária Bom Jesus, no centro da cidade. Larissa foi sepultada no Cemitério Municipal Padre Roque Gonzáles, e Fernanda no Cemitério Municipal Sagrada Família.
Os dois enterros ocorreram às 9h deste sábado.