Quase um ano depois de abrir um processo de cassação contra o deputado Mário Jardel (PSD), a Assembleia Legislativa ainda não conseguiu ouvi-lo. Estava marcado para as 10h desta quarta-feira o depoimento do ex-jogador na subcomissão que analisa o afastamento. No entanto, ele não compareceu.
Minutos antes do horário previsto para a oitiva, o advogado do deputado, Rogério Bassotto, chegou à Assembleia e confirmou a ausência de Jardel, o que era esperado pelos próprios deputados. A defesa alegou que ele enfrenta problemas decorrentes de um quadro de depressão e disse que apresentaria um atestado médico à subcomissão.
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Jardel responde a um processo sobre suposta quebra de decoro parlamentar desde dezembro do ano passado. O relatório que pede a sua cassação estava pronto para ser votado em plenário em junho, mas a Justiça decidiu anular o processo porque ele não havia sido ouvido.
A Comissão de Ética reiniciou o processo a partir do momento em que Jardel deveria ser ouvido. No entanto, no dia em que o deputado estava notificado para depor, em outubro, ele não apareceu justificando que a avó estava doente. Depois, o ex-jogador recebeu intimações via edital público em jornais de Fortaleza (CE) – onde ele estaria.
Na semana passada, a Assembleia ainda decidiu bloquear as senhas de acesso de Jardel ao sistema interno após a sua 10ª falta consecutiva em uma sessão legislativa e a nomeação de um assessor no período em que sequer estava em Porto Alegre. A partir da segunda ausência do deputado, nesta quarta-feira, o andamento da cassação deve prosseguir.
O processo refere-se à Operação Gol Contra, realizada pelo Ministério Público em novembro de 2015. As denúncias referem-se à exigência de parte do salário de funcionários, à falsificação de diárias e comprovantes de reembolso de combustíveis e ao financiamento do tráfico de drogas com dinheiro público.