A Eletrobras, estatal brasileira que atua nas áreas de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, apresentou, nesta terça-feira, informações de suas finanças dos anos de 2014 e 2015 nos Estados Unidos. O envio desses dados estava atrasado devido a investigações de irregularidades em ao menos quatro negócios da empresa.
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As revelações estão em um comunicado enviado aos acionistas e ao mercado em geral. Na auditoria, a empresa estima que as irregularidades geraram impactos de cerca de R$ 300 milhões, dissolvidos em propinas em contratos firmados pela estatal.
O comunicado da Eletrobras também afirma que as investigações estão sendo feitas por empresas independentes e que novas informações devem ser reveladas no futuro. Contratos das obras de Angra 3 e de Belo Monte, que já são alvo da Operação Lava-Jato, estão entre os negócios que apresentam irregularidades oriundas de corrupção. Consta ainda no documento que cerca de R$ 141 milhões são resultado de corrupção em Angra 3, além de R$ 67 milhões na termelétrica Mauá 3 e R$ 2,6 milhões na hidrelétrica de Simplício.
"A extensão dos impactos estimados de propina é de 1% a 6% do valor do contrato e ainda determinados montantes fixos, enquanto o impacto estimado do cartel é de 10%dos pagamentos relativos a um contrato específico (R$ 16 milhões)", diz um trecho do documento.
A negociação das ações da estatal foi suspensa na bolsa de Nova York após a empresa afirmar que não entregaria às autoridades dos Estados Unidos relatórios financeiros obrigatórios.
As investigações internas na Eletrobras iniciaram em 2015 após a empresa aparecer em investigações no âmbito da Lava-Jato. A dívida bruta da empresa atingiu R$ 48,2 bilhões no final de 2015. A empresa afirma que superfaturamentos não foram apontados após o final de 2015 e que pretende trabalhar para garantir a reparação pelos danos sofrido.
*Zero Hora