"A gente não tem mais o direito de sair na rua". Foi em um misto de desabafo e indignação que a estudante Amanda Araújo Machado, 19 anos, falou ao programa Timeline, da Rádio Gaúcha, desta segunda-feira sobre a morte do pai, o eletricista aposentado Alexandre de Lima Machado.
Ele morreu na noite da última sexta-feira após ser atingido por disparos da troca de tiros entre Brigada Militar (BM) e criminosos que haviam assaltado uma residência em Terra de Areia, no Litoral Norte.
Alexandre dirigia um veículo Zafira e estava acompanhado de duas filhas, de seis e nove anos, que não ficaram feridas. Amanda conta que estava com o namorado em outro carro um pouco mais atrás. Eles estavam indo para o município de Rondinha, onde comemorariam o aniversário de quatro anos de uma prima.
A mãe de Amanda morreu há um mês, vítima de um infarto. Segundo a jovem, a morte do pai é sentida a todo momento pelas irmãs menores.
– Toda hora ficam perguntando por ele e pela mãe (..) Agora eu tenho que fazer o possível para cuidar das minhas irmãs – desabafou.
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No sábado, a jovem desabafou no Facebook:
Polícia aguarda laudos para identificar de onde partiu tiro
A Polícia Civil de Terra de Areia abriu inquérito para apurar a morte do eletricista aposentado Alexandre de Lima Machado, 45 anos. O delegado responsável pelo caso deve começar a ouvir testemunhas ainda nesta segunda-feira e aguarda laudos da perícia para identificar se o tiro que matou Alexandre partiu da arma dos policiais da Brigada Militar (BM) ou dos criminosos.
Segundo a BM de Terra de Areia, uma guarnição se deslocou até uma residência após receber denúncia de que uma casa estava sendo arrombada na Rua Treze de Abril, no Centro. Ao chegar no local, os PMs depararam com três homens vestindo calça jeans e moletons escuros com capuz. Ao serem abordados, os criminosos teriam se identificado como policiais e, em seguida, atirado contra os brigadianos e fugido.
