Florianópolis teve uma noite de confronto durante um protesto contra o presidente Michel Temer (PMDB) que começou pacífico, mas terminou com lixeiras queimadas, agências bancárias depredadas e bombas e gás de pimenta jogados pela Polícia Militar contra os manifestantes. O ato, organizado pelas redes sociais, reuniu movimentos sociais e militantes contrários ao governo de Michel Temer. Os organizadores calcularam em 12 mil o número de pessoas nas ruas. A PM não divulgou estimativa.
O protesto começou às 18h no Largo da Alfândega, após concentração no meio da tarde no campus da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). O movimento começou tímido, mas cresceu e saiu em passeata pelas ruas centrais da cidade por volta de 19h20min.
A maioria dos manifestantes era jovem e vestia roupas pretas. Carregando cartazes, faixas e bandeiras de partidos da esquerda e de movimentos sociais, o grupo entoou cantos e palavras de ordem contra Temer, a PM e a imprensa e em defesa da democracia e dos direitos civis. No trajeto da caminhada, um carro de imprensa, uma agência bancária, muros e fachadas de prédios e lojas foram pichados.
Depois de percorrer vias como a Deodoro, a Tenente Silveira e a Álvaro de Carvalho, o conflito aconteceu na esquina da Rua Crispim Mira, a partir das 20h45min, quando a PM tentou impedir que o grupo chegasse à Avenida Mauro Ramos. O temor era que eles fossem até a Beira-Mar Norte e tentassem novamente fechar as pontes que ligam a Ilha ao Continente.
A entrada da Igreja Universal do Reino de Deus na Mauro Ramos, atacada no protesto de quarta-feira, foi protegida por seguranças particulares para evitar novos problemas.
Sem sucesso nas negociações para mudar o trajeto, a PM foi mais ostensiva. A Cavalaria e o Bope entraram em ação e o Choque jogou bombas de efeito moral contra os manifestantes, que responderam atirando pedras. A polícia então revidou com mais bombas e spray de pimenta.
O confronto chegou também à Avenida Hercílio Luz, que ficou tomada de barricadas com lixeiras em chamas e o Choque avançando contra os manifestantes. O clima era de guerra, com muita fumaça, gritaria e correria.
Houve mais confusão e agências bancárias e lojas nos arredores da Praça XV de Novembro e da Rua Felipe Schmidt foram depredadas. Às 21h50min, todo o grupo estava concentrado no Terminal de Integração do Centro (Ticen). Com reforços acionados, a PM ocupou os dois lados da Avenida Paulo Fontes e aos poucos a multidão foi indo embora, com o clima mais tranquilo e as ruas desocupadas por volta de 22h30min.