A Polícia Civil de Júlio de Castilhos investiga o espancamento de um adolescente de 15 anos, ocorrido na última sexta-feira à tarde. O local não será divulgado para preservar a identidade das vítimas, que são menores de idade. O pai de uma menina de 13 anos teria chegando em casa, e flagrado a filha e o adolescente nus, no quarto. A menina fugiu, correndo e chorando, enquanto o adolescente tentou pular a janela. No entanto, ele foi impedido pelo homem, que tem 53 anos.
O adolescente teve as mãos amarradas e foi agredido. Ele tem hematomas no rosto e na região genital. As agressões teriam ocorrido logo após a captura do menino. Conforme a delegada que comanda a investigação, Alessandra Padula, o pai da menina afirma que amarrou as mãos dele até a chegada da Brigada Militar (BM), que foi acionada por ele próprio, e que teria demorado cerca de 40 minutos para chegar. Ele também alega sua filha estaria sendo estuprada. Já o adolescente diz que foi convidado pela menina a ir até a casa dela, já que estaria sozinha.
De acordo com a delegada, há duas investigações em curso. Uma apura qual crime foi cometido pelo pai da menina. Três hipóteses são levadas em conta: tortura, lesão corporal e cárcere privado.
– Temos de ver se houve tortura ou não. Para ser tortura é preciso que a vítima esteja sob custódia de outra pessoa. Mas acredito que não houve tortura, porque, apesar de o adolescente ter ficado um certo tempo com o pai da menina, foi o próprio pai quem chamou a polícia – explica.
A outra investigação é para apurar se houve estupro ou não. Por lei, mesmo se a relação foi consentida, quando com menores de 14 anos, é considerada estupro. No entanto, pode ser configurada a chamada "Exceção de Romeu e Julieta", se comprovado o consentimento, e o adolescente não será responsabilizado.
– Vamos ver se foi consentido ou não, mas há conversas deles no Facebook (combinando) para se encontraram – adianta a delegada.
Até sexta-feira, a delegada deve ouvir a menina, sua mãe e sua irmã.