Servidores estaduais realizaram, desde a manhã desta quinta-feira (4), mobilizações contra o parcelamento dos salários pelo Piratini. Durante a tarde, os manifestantes protestaram em frente às secretarias da Fazenda e da Segurança Pública, na área central de Porto Alegre.
Já no fim do dia, os ônibus da linha T6, da Carris, passaram a operar com restrição. Segundo a empresa, os coletivos não passavam pela rua Wlfran Metzler.
Policiamento
Pela manhã, agentes da Brigada Militar e da Polícia Civil bloquearam a entrada de alguns quartéis da cidade e prometem realizar operação padrão até as 21h. Segundo a Rádio Gaúcha apurou, as manifestações ocorreram em 43 batalhões da Capital e do interior.
O Comando da BM confirma as manifestações, mas diz que bloqueios ocorrem em apenas dez batalhões. Mesmo assim, garante que os policiais estão nas ruas.
As manifestações nos quartéis são organizadas por policiais da reserva e familiares. Entidades da classe afirmaram que os protestos em outros cinco quartéis da Região Metropolitana (Esteio, Cachoeirinha, Alvorada, Novo Hamburgo e Campo Bom), além de 33 cidades do interior.
Prevendo a mobilização dos servidores, o Comando da BM realocou as viaturas e policiais na Arena, no Beira-Rio e no Cais do Porto. Na Arena, por exemplo, 120 agentes passaram a noite no local para evitar que não pudessem sair dos quartéis.
Transporte Público
Os ônibus circulam normalmente em Porto Alegre nesta quinta-feira. A única exceção é a linha 376-Herdeiros, que, até o momento, não está circulando.
Na Região Metropolitana, as linhas de ônibus da Sogal e da Vicasa não têm alterações.
Bancos
Decisão publicada no fim da madrugada determinou o funcionamento interno dos bancos do Estado e facultou a abertura das agências.
O desembargador Marcelo José Ferlin D'Ambroso, plantonista da 1ª Seção de Dissídios Individuais do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (RS), definiu que os estabelecimentos só deverão ser fechados caso seja confirmada, oficialmente, pela Brigada, a inexistência de policiamento nas ruas. No mesmo despacho, o magistrado permite o funcionamento interno das agências ou postos bancários, independente da existência ou não de policiamento.
Ontem, a Justiça havia determinado o fechamento de agências bancárias devido à convocação do protesto de servidores da segurança. A decisão atendeu a um pedido do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e região (Sindibancários) e da Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Instituições Financeiras do Estado (Fetrafi/RS).
No fim desta manhã, a maioria das agências bancárias de Porto Alegre já estavam abertas ao público.
Escolas
Diversas escolas de Porto Alegre ficaram fechadas nesta quinta-feira. Pela manhã, a reportagem da Gaúcha percorreu diversos bairros e constatou oito instituições com portas fechadas, entre elas o Colégio Júlio de Castilhos, Colégio Protásio Alves e Instituto Rio Branco.
Em nota divulgada ontem, a Secretaria Estadual da Educação se manifestou sobre o protesto. A pasta declarou que "respeita as manifestações de servidores marcadas para essa quinta, mas orienta que os estabelecimentos de ensino permaneçam abertos e em funcionamento normal".
O que dizem as entidades
No fim da manhã de hoje, as entidades que representam os servidores da área da segurança convocaram coletiva para o balanço do movimento nesta quinta-feira. O Sindicato dos Escrivães, Inspetores e Investigadores de Polícia (Ugeirm) comunica que trabalha com adesão total à greve, com garantia de apenas 30% do efetivo. Apenas atendimentos a ocorrências graves são realizados.
Segundo a Associação de Bombeiros do Estado do Rio Grande do Sul (Abergs), não estão sendo feitas análises técnicas, vistorias de edificações e emissões de alvarás.
O Sindicato dos Servidores de Instituto Geral de Perícias do Rio Grande do Sul (Sindiperícias) informa que laudos não estão sendo liberados no sistema. O movimento também afeta a confecção de carteiras de identidade. Com atrasos, o encaminhamento de digitais coletadas do público e o registro de lesões corporais só são feitos em casos de violência sexual.
Conforme, a Associação dos Monitores e Agentes Penitenciários do Rio Grande do Sul (Amapergs) não estão sendo feitas transferências de presos para audiências e revistas de rotinas em presídios. De acordo com a entidade, há, ainda, redução de visitações.
No interior do Estado
Um protesto com queima de pneus foi realizado na madrugada na RS-344, em Santo Ângelo, na região das Missões. Foi por volta de 1h20 no quilômetro 97 da rodovia, sobre a ponte do Rio Itaquarinchim.
De acordo com o Comando Rodoviário da BM de Santo Ângelo, foi encontrado um boneco com o fardamento da Brigada Militar no local. O Corpo de Bombeiros foi chamado e controlou as chamas. A rodovia ficou totalmente bloqueada por cerca de uma hora e já foi liberada. Não há informações sobre os responsáveis pelo bloqueio.
Em Rio Grande, a Delegacia de Polícia atendes, desde as 6h, apenas registro de ocorrências graves, como estupros e homicídios.