A última rodada de negociações entre os municipários e a prefeitura de Porto Alegre para um acordo sobre o fim da greve e o pagamento do reajuste salarial da categoria terminou com avanços no fim da tarde desta quarta-feira. Após conversarem por mais de três horas e receberem três propostas por parte do governo municipal, representantes dos trabalhadores definiram que levarão as alternativas à apreciação de assembleia, que ocorrerá na manhã desta quinta-feira na Casa do Gaúcho. A Câmara de Vereadores, que estava ocupada por servidores, foi liberada após o encontro, que ocorreu na sede da Secretaria Municipal de Segurança.
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A prefeitura apresentou três cenários para a reposição inflacionária de 9,28%. Os municipários exigem que o governo se comprometa a pagar todo o reajuste até o fim do ano, mas o Paço Municipal acena com essa possibilidade em apenas um dos cenários, no qual haveria o aumento de 1% retroativo a maio e parcela de 8,2% em dezembro. As outras alternativas dividem o percentual em prestações até janeiro de 2017.
– O sindicato tem se colocado com muita responsabilidade nessa negociação. A reunião avançou, não da forma que gostaríamos, mas vamos levar a proposta para a assembleia – comentou a diretora do Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa), Carmem Padilha.
A justificativa da prefeitura para não oferecer a reposição imediata é a crise financeira. O vice-prefeito e pré-candidato do PMDB ao Paço Municipal, Sebastião Melo, explicou que o governo municipal terá de aprofundar cortes de despesas para poder atender as reivindicações dos servidores.
– A nossa realidade é essa: a economia piorou. A prefeitura tem a maior parte das receitas vinculadas a repasses da União e do Estado, dependemos diretamente disso. Teremos de cortar de onde não se pode – afirmou, descartando, no entanto, reduzir gastos com áreas essenciais.
As propostas da prefeitura
O governo municipal apresentou três cenários para o pagamento da reposição inflacionária de 9,28%. Confira:
Cenário 1
– 1% retroativo a maio de 2016
– 8,2% em dezembro de 2016
Cenário 2
– 1% retroativo a maio de 2016
– 2% em outubro de 2016
– 4% em dezembro de 2016
– 2% em janeiro de 2017
Cenário 3
– 1,2% retroativo a maio de 2016
– 2% em outubro de 2016
– 4,2% em dezembro de 2016
– 1,6% em janeiro de 2017