Alunos que fazem parte do movimento de ocupação das escolas estaduais do Rio de Janeiro foram retirados pela Polícia Militar (PM) da sede da Secretaria Estadual de Educação na madrugada deste sábado. Os estudantes entraram na Secretaria na tarde de sexta-feira, para reunião com o secretário Wagner Victer, mas alguns decidiram permanecer no local mesmo depois do encontro.
Os policiais do Batalhão de Choque da Polícia Militar usaram spray de pimenta para fazer a desocupação do prédio, por volta das 4h. Segundo a PM, os policiais tentaram primeiro conversar com os manifestantes, mas, quando eles se recusaram a sair, os agentes utilizaram o spray.
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Segundo os estudantes, pelo menos dois jovens desmaiaram e outros ficaram feridos. O aluno Michel Policeno, do Colégio Estadual Prefeito Mendes de Moraes, disse que houve truculência por parte dos policiais.
– De madrugada, o (Batalhão de) Choque tirou, à base da força, os estudantes que ocupavam (o prédio). Então teve muitos estudantes arranhados e machucados – afirmou.
De acordo com a assessoria de imprensa da Secretaria Estadual de Educação, os estudantes ocuparam o prédio na tarde de sexta-feira, com o objetivo de se reunir com o secretário. Depois do encontro, no entanto, parte dos manifestantes, em torno de dez jovens, segundo o órgão, se recusou a sair.
Por meio de nota, a Polícia Militar informou que tentou um diálogo com os estudantes e que, inicialmente, eles concordaram em deixar o prédio. Mas, depois, segundo a PM, os estudantes desistiram de sair e resolveram manter a ocupação. Na versão da polícia, apenas nesse momento os policiais usaram spray de pimenta.
Defensoria Pública critica ação da PM
A Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro divulgou neste sábado uma nota em que critica o uso de força pela PM durante a desocupação da sede da Secretaria Estadual de Educação. Segundo a Defensoria, a ação da polícia, que usou spray de pimenta para desocupar o prédio, foi desproporcional e não teve autorização judicial. Para o órgão, a segurança dos alunos deveria ser prioridade.
"Como expressamos em ação civil pública ajuizada quando iniciadas as ocupações, defendemos o direito à manifestação e reunião pacífica. Acreditamos que o diálogo e a mediação são os caminhos eficazes na solução de conflitos", informa a nota.