O ex-ministro Carlos Higino, que ocupou interinamente o comando da Controladoria-Geral da União (CGU) durante o governo da presidente afastada Dilma Rousseff, vai assumir interinamente o ministério da Transparência no lugar de Fabiano Silveira. No entanto, até que Higino assuma, o secretário interino da pasta, Marcio Tancredi, deve ocupar o posto até a definição oficial por parte do presidente em exercício Michel Temer, informaram fontes do Planalto.
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Silveira pediu demissão do cargo nesta segunda-feira, após ter áudios de conversas com ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado divulgados no domingo, pelo Fantástico, da TV Globo. Nas conversas, ocorridas há cerca de três meses, quando Silveira ainda era do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ele aconselha Machado e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), sobre como deveriam agir em relação às investigações da Operação Lava-Jato, da Polícia Federal. Nesta segunda-feira, Silveira se reuniu com o presidente em exercício no Palácio do Jaburu para se explicar.
O agora ex-ministro enviou uma carta de demissão e telefonou para o presidente em exercício Michel Temer para oficializar o seu pedido para deixar do cargo. Temer, que até então vinha afirmando que o manteria na pasta, acatou o pedido. Na carta, ele diz ter sido alvo de 'especulações insólitas'.
Para interlocutores que defendiam a manutenção de Silveira no governo os áudios divulgados "não são comprometedores". A permanência de Silveira também agradaria o presidente do Senado, Renan Calheiros, que também foi flagrado nas conversas. A avaliação é que a queda de Silveira poderia enfraquecer diretamente Renan.
No início da noite, Renan divulgou nota rechaçando sua influência no governo em exercício. “Em face das especulações, reitero de maneira pública e oficial que não irei indicar, sugerir, endossar, recomendar e nem mesmo opinar sobre a escolha de autoridades no governo do Presidente Michel Temer”, afirmou.