O presidente em exercício do Brasil, Michel Temer (PMDB-SP), confirmou já estar em conversas com pessoas que podem vir a participar do governo no caso da confirmação do impeachment da presidente Dilma Rousseff. À agência de notícias Dow Jones, ele declarou que tem nomes "na cabeça", mas que os revelaria apenas no momento adequado.
Temer afirmou que espera construir uma coalizão para governar o país no caso de Dilma ser afastada por 180 dias após decisão no Senado. A votação está prevista para 12 de maio.
– Quando o tempo chegar, eu terei um gabinete na cabeça e, apenas nesse momento, irei revelar nomes – disse.
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Embora tenha dito que está pronto para assumir, Temer criticou as acusações de que esteja conspirando contra Dilma.
– Ela (Dilma) tem dito que eu sou um conspirador, o que obviamente é algo triste para mim e para a Vice-Presidência da República – declarou.
A agência destaca a entrevista de Dilma a correspondentes internacionais esta semana, na qual ela afirmou estar sendo alvo de ações de conspiradores que tentam tirá-la do poder.
Temer assumiu como presidente em exercício durante viagem de Dilma a Nova York, nesta quinta-feira. A petista deve retornar ao Brasil no domingo.
Após protesto, a caminho de Brasília
Temer deixou a sua residência na tarde desta quinta-feira em São Paulo em direção ao aeroporto, de onde segue para Brasília. O vice decidiu viajar após o protesto feito na manhã por integrantes do Levante Popular da Juventude. Ele vai despachar do Palácio do Jaburu, residência oficial do vice-presidente.
A ideia inicial era permanecer em São Paulo até domingo, mesmo assumindo interinamente a Presidência na ausência da presidente Dilma Rousseff, que está em viagem ao Estados Unidos. Mas Temer foi aconselhado a seguir para a capital federal para evitar que sua casa se transformasse em local de constantes protestos.
Por volta das 8h, cerca de 80 manifestantes picharam a frase "QG do golpe" no asfalto em frente à casa de Temer. Eles também rasgaram e jogaram no chão páginas da Constituição enquanto gritavam palavras de ordem.
Temer permaneceu o dia inteiro em casa. Recebeu apenas a visita do ex-ministro da Aviação Civil Moreira Franco, presidente da Fundação Ulysses Guimarães e um dos seus principais assessores.