A Pfizer desistiu do plano de comprar a irlandesa Allergan por US$ 150 bilhões depois de o governo dos EUA lançar medidas que dificultaram o acordo, pelo qual a maior farmacêutica norte-americana transferiria sua sede para a Irlanda com o objetivo de pagar menos impostos. A Pfizer terá de pagar uma multa de US$ 150 milhões pelo rompimento das negociações com a Allergan.
Os grupos farmacêuticos fabricam medicamentos conhecidos mundialmente, como o Viagra (Pfizer) e o Botox (Allergan) para tratamento antirrugas.
O Departamento do Tesouro dos EUA anunciou, na segunda-feira, a terceira e mais ampla série de regras para combater as chamadas inversões fiscais corporativas, transações pelas quais empresas adotam uma sede em um país que cobra menos impostos, frequentemente comprando uma companhia menor.
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O presidente norte-americano, Barack Obama, comentou o assunto e descreveu a inversão fiscal como um dos "mais traiçoeiros meios de evasão fiscal que existem".
A decisão da Pfizer é um revés para os esforços de longo prazo da empresa para superar o que o executivo-chefe Ian Read classifica como desvantagem competitiva com concorrentes estrangeiras, que pagam impostos significativamente menores. Em 2014, a Pfizer havia tentado comprar a britânica AstraZeneca.
"Nós permanecemos focados em continuar melhorando o valor do nosso inovador e estabelecido negócio", declarou Read em um comunicado.
O executivo-chefe da Allergan, Brent Saunders, por sua vez, comentou, também em comunicado, que sua companhia está decepcionada como fato de a transação com a Pfizer não ocorrer. De todo modo, "a Allergan está pronta para entregar um crescimento forte e sustentável", acrescentou.
Acordos de inversão fiscal se tornaram comuns nos EUA. Assim, acabaram virando um tema da campanha presidencial no país, com certos candidatos atacando as empresas e a fuga de receitas. Pré-candidatos republicanos e democratas criticaram abertamente a transação entre a Pfizer e a Allergan.
*Estadão Conteúdo