Batizada de Vitória de Pirro, a 28ª fase da Operação Lava-Jato, que prendeu o ex-senador Gim Argello, nesta terça-feira, utiliza uma expressão histórica que significa conquista a qualquer custo, popularmente adotada para ganhos considerados inúteis. De acordo com a Polícia Federal, a ação criminosa dos investigados para impedir a apuração dos fatos em CPI, no Senado, e CPMI, no Congresso, não surtiu efeitos para os resultados da Lava-Jato.
Pirro foi rei-general do Épiro, território hoje ocupado pela Grécia e Albânia. Ele venceu os romanos nas batalhas de Heracleia (280 a.C) e de Ásculo (279 a.C), mas seu exército saiu tão destruído dos confrontos que a conquista ficou conhecida, à época, praticamente como uma derrota, originando o nome de Vitória de Pirro.
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Cem policiais federais cumprem mandados de busca e apreensão, prisão preventiva e temporária e mandados de condução coercitiva em São Paulo, Rio de Janeiro, Taguatinga e Brasília. Os investigados são suspeitos de crimes como concussão, corrupção ativa, associação criminosa e lavagem de dinheiro.
Segundo a PF, há indícios concretos de que o ex-senador Gim Argello, como integrante da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instaurada no Senado Federal e também da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) instaurada no Congresso – ambas criadas em 2014 com o objetivo de investigar irregularidades dentro da Petrobrás – teria atuado de forma decisiva para evitar a convocação de empreiteiros para prestar depoimentos mediante a cobrança de pagamentos indevidos travestidos de doações eleitorais oficiais em favor dos partidos de sua base de sustentação.
As informações teriam sido obtidas a partir da delação premiada do empreiteiro Ricardo Pessoa, que é ex-presidente da UTC.
*Zero Hora