Mais de mil cavaleiros percorreram 16km na Zona Sul de Porto Alegre, durante a manhã deste domingo, para render homenagens ao Santo Guerreiro, comemorado dia 23 de abril. A Cavalgada dos Cavaleiros do Castelo Sagrado de São Jorge é organizada pelo Templo Universal da Paz Pai Francisco de Luanda – Mestra Tala.
Entre o Bairro Belém Novo e o Castelo Sagrado, no Bairro Lami, a cavalgada de pouco mais de duas horas foi saudada por inúmeros devotos de Ogum. Almoço e homenagens ao orixá se estenderam durante a tarde.
– É um dia repleto de energia, amor e gratidão. Ogum é o orixá das grandes realizações – disse Tala.
Há três anos, a aposentada Vani Silveira, 63 anos, participa do evento religioso. Como pagamento de uma promessa pela saúde do filho, ela acompanha o trajeto todo a pé, logo atrás do andor de São Jorge. Neste ano, cerca de 30 pessoas fizeram o mesmo e foram caminhando à frente dos cavaleiros.
– Eu prometi que se meu filho se curasse eu viria sempre enquanto pudesse caminhar. Quando a gente consegue a graça, nada é sacrifício. Tudo vale a pena quando se tem fé – disse a aposentada.
Puxando a cavalgada vinha o advogado Diógenes Meira, 51 anos, um dos fundadores do evento – o criador de cavalos foi um dos três participantes da primeira cavalgada, há 23 anos. Vestido de São Jorge, ele foi montado em seu cavalo Paissandu.
Segundo Diógenes, um funcionário seu que também era devoto de São Jorge, fez uma promessa por uma questão de saúde e, desde então, o pagamento da graça alcançada pelo trabalhador se repete e a cada ano ganha mais participantes.
– O homem sem fé, sem crença é vazio. Levando a fé contigo, realiza e conquista tudo.
Também é de longa data o envolvimento do policial civil aposentado Mauro Rodrigues, 58 anos, com a cavalgada e o Santo Guerreiro. Filho de brigadiano, ele conta que foi coroinha na igreja de São Jorge.
Puxada pelo burro Jeremias, de 38 anos, a criançada da família do aposentado Luiz Carlos Leite da Silva, 63 anos, esperava ansiosa na carroça o momento de juntar-se aos cavaleiros, na Estrada do Lami.
– Há 14 anos participamos eu, o burro e as crianças. Elas tem adoração por cavalo. Vai ter piquenique e chimarrão no final – disse Luiz, acompanhado dos netos Laura, três anos, Sofia, seis, Isabela, oito anos, e o filho Gabriel, 11 anos.