Um dos advogados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Roberto Teixeira divulgou nota neste sábado sobre a 24ª fase da Operação Lava-Jato, na qual cita que houve "clara tentativa das autoridades de intimidar um dos advogados do ex-presidente, violando suas prerrogativas profissionais", e diz que vai levar o caso ao conhecimento da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Ele reclama, especificamente, que no comunicado de condução coercitiva do ex-presidente Lula, na véspera, o juiz Sérgio Moro se referiu a ele (Teixeira) como pessoa notoriamente próxima a Lula, e que representou os empresários Jonas Suassuna e Fernando Bittar na aquisição de um sítio em Atibaia (SP), minutando escrituras e recolhendo assinaturas em seu escritório de advogacia.
Leia mais
"Quero que o PT saia da inhaca em que se meteu", diz Olívio Dutra
"Tucanos não se conformam em esperar 2018", diz presidente do PT
Pesquisa ZH: dê sua opinião sobre nossa superedição de fim de semana
Ele questiona "o que esses fatos demonstram", além do simples exercício da advocacia? Teixeira menciona que prestou assessoria a Fernando Bittar e Jonas Suassuna na aquisição do Sítio Santa Bárbara, município de Atibaia (SP), da mesma forma que já representou centenas de outros clientes em assuntos envolvendo direito imobiliário.
No seu entender, "não há qualquer justificativa para que tal fato seja indicado no pedido do Ministério Público Federal (MPF) e na fundamentação da decisão judicial que autorizou, dentre outras coisas, medidas invasivas em relação ao ex-presidente Lula, de cuja defesa também participo". De acordo com Roberto Teixeira, "a leitura do pedido apresentado pela Força Tarefa Lava-Jato ao juiz Sergio Moro indica a intenção do MPF de envolver a minha atuação profissional nas investigações".
Razão pela qual pretende interpelar a OAB e o CNJ. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva depôs na sexta-feira por cerca de três horas no escritório da Polícia Federal, no Aeroporto de Congonhas, zona sul paulistana. Segundo o deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP), as declarações foram prestadas para dois procuradores, na presença de três advogados. Dentre eles: Roberto Teixeira e Cristiano Zanin Martins.