Durante cerca de quatro horas, integrantes da facção Bala na Cara prestaram depoimento na Delegacia Especializada em Homicídios e Desaparecidos de Santa Maria (DHD). Um forte esquema de segurança envolveu a escolta dos quatro homens desde a Penitenciária Estadual de Santa Maria (Pesm) e das três mulheres do Presídio Regional de Santa Maria.
Cerca de 16 agentes da Superintendência de Serviços Penitenciários (Susepe) e também policiais civis fizeram guarda na Rua Joana D'Arc, onde fica a delegacia. Os sete suspeitos estão presos desde o último sábado, após operação em conjunto da DHD e da Delegacia Especializada em Furtos, Roubos, Entorpecentes e Capturas (Defrec). Eles são suspeitos da morte de André Renato Martins de Souza, 38 anos, no bairro Nova Santa Marta, no último dia 16.
Para o delegado Gabriel Zanella, titular da DHD, o crime está esclarecido. No entanto, alguns detalhes ainda não podem ser divulgados porque mais diligências devem ser feitas. O motivo que levou ao assassinato de Souza teria sido uma disputa pelo tráfico de drogas na região oeste da cidade.
- O homicídio está totalmente esclarecido. Outras informações importantes foram trazidas à investigação e as remeteremos à Defrec. Era um dos casos mais complexos de se resolver. Ao que temos, eles já estavam instalados em Santa Maria, e o crime foi uma consequência disso, não que tenham vindo só para isso (homicídio). Mas, normalmente, quando se instalam, já têm a questão da traficância e da tomada de território, e os crimes que ocorrem são decorrências diretas e indiretas disso. Ainda estamos levantando há quanto tempo eles estavam na cidade - revela o delegado.
Durante os depoimentos, um dos suspeitos teria assumido a autoria do crime. Além disso, os presos estariam temerosos de serem mortos pela própria facção por queima de arquivo. Outra informação extraoficial é a de que os suspeitos cometeriam outros assassinatos na cidade.
- Não temos oficialmente isso (de que estariam sendo ameaçados e matariam outras pessoas), mas é uma possibilidade que não pode ser excluída, tendo em vista a facção que eles pertencem. Essa pessoas são suspeitas de integrar efetivamente essa facção. A vítima tinha antecedentes policiais, e as circunstâncias apontam que houve uma execução, uma queima de arquivo, provavelmente relacionada ao mundo do crime, sobretudo o tráfico de drogas - afirma Zanella.
O inquérito deve ser finalizado até o dia 29.