O Tribunal Regional Federal negou o pedido de revisão criminal feito pelo vice-prefeito José Haidar Farret (PP). Diante da negativa, o principal nome da situação para ser candidato a prefeito segue inelegível e está fora do pleito deste ano. A defesa de Farret deve tentar entrar com um recurso junto a instâncias superiores, como o Supremo Tribunal Federal, em Brasília.
O caso foi julgado no começo da tarde desta quinta-feira, na Capital e foi mantida a condenação do processo, transitado em julgado. Farret foi condenado por estelionato por um fato relacionado à função de médico e não à política. Na época, deu um atestado, segundo ele de boa fé, em nome de uma pessoa que já havia morrido, e o documento foi usado pela família da falecida para fraudar o INSS.
Farret já cumpriu a pena de um ano e quatro meses de prestação de serviços comunitários, mas ficou inelegível por oito anos.
Progressistas avaliam o cenário
Após o baque de saber que o PP não contará com aquele que é o maior nome do partido na cidade, os progressistas estão frente a uma realidade desafiadora: como irão se colocar na disputa? Dentro da sigla, há dois entendimentos.
O primeiro, segundo o presidente da sigla, é que o partido - com o apoio do próprio Farret - deve ter um nome próprio às eleições de outubro:
- A decisão do diretório é ter nome próprio. Agora, com esse novo cenário em que, ao que tudo indica, não deveremos ter o Farret, vamos ter um nome próprio. O próprio Farret tem esse entendimento.
Entretanto, há uma outra corrente que entende que o PP deve buscar colocar-se na condição de candidato a vice-prefeito numa composição ao lado de outro partido. Essa posição é defendida pelo vereador Paulo Airton Denardin.
Mas um nome que vai ganhando espaço é o do vereador Sergio Cechin, que já foi vice-prefeito e tem longa experiência no Legislativo. Reservado, ele mostra-se discreto e diz estar apto a seguir o caminho que o partido lhe apontar:
- Sou um soldado do partido e se for preciso vamos para o "front". O PP é representativo e estará na disputa.
PMDB ainda mais liberado
O êxito na eleição de 2008, quando o então candidato Cezar Schirmer (PMDB), teve sua primeira vitória à prefeitura de Santa Maria, tem muito do componente Farret. À época, o nome do progressista foi fundamental e decisivo no resultado do pleito. Desde então, Schirmer vinha dizendo que o seu nome à sucessão é o de Farret.
O peemedebista tem, de fato, um compromisso moral com Farret. O PMDB local também sempre bateu que o compromisso, na eleição deste ano, era com ele, mas não com o PP. Esse descolamento, agora, deve se acentuar ainda mais. Já que alguns peemedebistas - ao menos, uma corrente - mostram-se propensos a se aproximar do PSB, do ex-petista Fabiano Pereira.
Schirmer emitiu uma nota oficial em que lastimou a decisão da Justiça e fez elogios a Farret ao longo destes dois mandatos:
"(...) um homem com uma vida de honestidade é impedido de ser candidato por assinar um atestado confiando na boa-fé e na seriedade das pessoas", diz a nota.
Agora, nos próximos dias, as mais variadas siglas devem iniciar uma verdadeira romaria atrás do apoio do PP e, claro, de Farret. O entendimento é que o progressista será cortejado, e o seu apoio é visto como moeda valiosa.