Foram incontáveis as vezes em que uma balconista de 55 anos fez seu trajeto desde a Rua dos Andradas até o lugar em que mora, no bairro Nossa Senhora do Rosário, mesmo à noite, sem passar por nenhum susto. Mas, a noite de quinta-feira foi atípica. A mulher foi vítima de um assalto e acabou esfaqueada. Ela vai precisar passar por uma cirurgia plástica por conta da profundidade dos ferimentos causados pelos golpes de arma branca em seu braço esquerdo.
Jovem e mulher são feridos em briga e assalto em Santa Maria
- Eu nem sei dizer como aconteceu, foi tudo muito rápido. Quando atravessei a rua para ir para a esquina da minha casa, estava meio desatenta, mas sempre costumo olhar como está a rua. Estava com a cabeça cansada, me dispersei. Vi o menino de bicicleta, achei que fosse uma criança, das que estão sempre ali pela rua. De repente ele saltou da bicicleta e pulou em mim - relembra.
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O assalto aconteceu por volta das 23h30min. O assaltante, segundo a vítima, aparentemente adolescente, estava em uma bicicleta rosa, pequena, e não parecia ser um criminoso em potencial. Quando ele tentou roubar a bolsa da balconista, ela segurou e gritou por socorro. Então, o suspeito efetuou os golpes. Ela teve ferimentos no antebraço, pulso, mão esquerda e no dedo mínimo da mão direita.
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- Quando ele tentou puxar a bolsa, segurei. Aí, ele me deu os golpes, mas eu achei que eram socos. Na hora, comecei a gritar, mas não lembro muito, aí ele saiu correndo -relata.
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O assaltante conseguiu levar a bolsa da mulher, onde estavam os documentos, o celular e R$ 15. Mas, mais do que isso, ele tirou a tranquilidade e o sono da trabalhadora.
- Essa noite não consegui dormir, não conseguia fechar os olhos, via os olhos dele de novo, cheios de ódio. Ele estava com os olhos arregalados, acho que ele estava drogado. Sonhava que ele estava me batendo. Eu fui burra, bati na cara dele, sei que não deveria ter feito aquilo, mas estava com muita raiva. Foi uma mistura de sentimentos. Nunca fiz nada para ninguém, aí vem um pirralho e faz isso como a gente. Agredir do jeito que ele agrediu, com tanta raiva, tanto ódio, como alguém pode fazer isso? - desabafa.
Os documentos da vítima foram encontrados jogados em uma obra. A Polícia Civil vai investigar o caso. A vítima já deu alta do Hospital de Caridade Astrogildo de Azevedo, mas deve passar por uma cirurgia dentro de 10 dias.
Violência
"Vi ódio nos olhos dele", diz mulher esfaqueada em assalto em Santa Maria
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Naion Curcino
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