Só quem já perdeu algum animalzinho sabe o quanto a procura é dolorosa. Apesar de triste, esse é um fato corriqueiro. O que não é comum é ter um ratinho de estimação. Menos comum ainda perdê-lo e encontrá-lo 24h depois, ileso. Pois essa história que parece ter saído direto dos estúdios da Walt Disney aconteceu em Santa Maria. Na noite do último domingo, a (rata) Zana, 6 meses, saiu da mochila onde sua tutora Júlia Viero Ramos, 21 anos, a carregava e desapareceu. Elas estavam na parada, esperando um ônibus na Avenida Rio Branco.
- Até vi que ela saiu e ficou perto das minha pernas, ela sempre faz isso, mas nunca some. Só que desta vez, ela sumiu e eu não consegui encontrá-la. Fiquei procurando por cerca de duas horas e fui para casa. Na manhã seguinte voltei e nada. Já estava desesperada. Meu maior medo era que ela morresse. Praticamente tudo pode matar ela, como cachorros, carros, veneno, pessoas que matam tudo que se move. Pensava nela com fome, com medo, e que eu não ia aparecer para protegê-la - lembra Júlia.
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Sem saber o que fazer, Júlia recorreu aos amigos e às redes sociais. A foto de Zana, que quando desapareceu usava uma coleira com pingente de coração e as informações de que estava perdida, foram publicadas no perfil da tutora e em vários grupos do Facebook. Só na fanpage do Projeto Quatro Patas foram mais de 100 compartilhamentos em poucas horas.
O resgate de Zana
A agonia de Júlia teve fim 24h depois, quando, por meio do Facebook, foi comunicada que teriam visto a funcionária de uma farmácia que fica na esquina da Avenida Rio Branco com a Rua Andradas, usando um jaleco braco, recolhendo o bichinho da calçada. A funcionária em questão, e heroína de Zana, é a balconista Magda Carrion Ximendes, 39 anos.
- Um senhor entrou na farmácia com uma pedra na mão, dizendo que ia matar um rato. Saí e vi aquele ratinho de coleira correndo na calçada e logo impedi que ele matasse. Consegui pegá-la e guardei em uma caixa de papelão. Mais tarde, a dona estava lá para buscá-la. Foi emocionante, porque a ratinha ficou tão feliz quando a viu. O bichinho a reconheceu, foi cheirando o cabelo dela. A moça me abraçou chorando muito, quis me pagar, mas eu não aceitei. Já tive bichos de estimação e sei do amor que a gente tem por eles, independentemente da raça - conta Magda.
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- Quando fiquei sabendo que tinham achado ela, eu já chorei igual a uma criancinha. Cheguei lá com o coração disparado. Quando a menina que a salvou apareceu com ela, comecei a chorar de novo. No caminho para casa ela estava assustada. A primeira coisa que fiz foi dar um banho nela, pois estava fedendo a lixo, com o pêlo sujo. Depois, a coloquei com a irmã Touilli ou Tuí (outra rata). Elas brincaram, e a Zana comeu como se não houvesse amanhã - relata a tutora.
Final feliz
Ratinha de estimação é perdida e resgatada 24 horas depois em Santa Maria
A pequena Zana, de 6 meses, escapou da morte e foi encontrada em frente a uma farmácia, a metros de onde havia desaparecida
Alessandra Noal
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