João Carlos Maciel, radialista sem programa de rádio e vereador cassado em Santa Maria, falou com o Diário nesta segunda-feira e disse estar temerário quanto à manutenção do seu programa social, que era desempenhado por meio da sua atuação à frente dos microfones da Rádio Medianeira.
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Maciel, que segue filiado ao PMDB (embora já tenha dito que sua saída ocorrerá em breve), admitiu pela primeira vez que terá de suspender momentaneamente suas atividades sociais. Sem a renda de parlamentar e, agora, com a demissão da rádio, Maciel afirma que a continuidade de sua "missão social chegou ao fim":
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- Agora, só me restar parar (com o trabalho social). É triste. E ainda mais por saber que tanta gente contava comigo. Meus voluntários construíram uma rede de solidariedade. Mas isso passou a incomodar muita gente.
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Maciel falou com a reportagem da sede do Centro Comunitário Celeste Bordin, no bairro Passo das Tropas, enquanto distribuía doações de roupas à comunidade pobre. Ele acredita que há uma "conjuntura permeada de interesses escusos e políticos" que culminou com a sua saída da Rádio Medianeira - ele foi demitido na última sexta por justa causa, segundo o diretor da rádio, padre Silvio Weber.
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- Primeiro, tenho de reconhecer e agradecer por esses 16 anos em que estive na Rádio Medianeira. É um ciclo que terminou. Mas ele (padre Silvio Weber) andava estranho comigo - disse.
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O comunicador não adianta se irá buscar outra emissora para dar continuidade ao seu programa nem se já recebeu convite de outra rádio para trabalhar. Maciel sustenta que a sua saída foi premeditada. Para ele, há um aparelhamento e uma relação partidária, de certas siglas, com a direção da rádio. Maciel disse, logo após sua cassação, que gostaria de concluir seu mandato na Câmara. Já ontem ele afirmou não ter "vontade alguma de retornar àquela Casa".
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O motivo da saída
Silvio Weber disse ao Diário que a demissão de Maciel foi motivada por um fato interno inconcebível, mas não poderia revelar o que ocorreu. Ontem, Maciel comentou o episódio ocorrido no dia 30 de janeiro, quando entrevistou uma artista, no estúdio da rádio, o que teria motivado sua demissão:
- (risos) Eu tenho esposa e tenho filhas. Ela é uma artista, não é? Isso, para mim, foi um subsídio para, entende? Para usar isso para me demitir, na minha opinião. Se tu pegares as imagens (das câmeras), tu vai ver. Nós brincamos no ar por uma hora. Aí, na despedida, na saída eu disse: "Tu é linda, mulher. Tu é linda". Mas é uma artista, né? Aí, eu disse: "Fecha os olhos que eu quero ver o que é mais lindo: se é o nariz, se é a boca". Aí, ela fechou os olhos e eu ia dar um beijo nela, um selinho. Mas brincando, né? Mas claro que não dei beijo. Só que há maldade no meio. Imagina isso para a minha família... Não houve nada.
