Em depoimento ao Ministério Público de São Paulo, o engenheiro Emerson Cardoso Leite trouxe declarações que reforçariam a ligação do pecuarista José Carlos Bumlai com a reforma do sítio frequentado pelo ex-presidente Lula, em Atibaia, no interior de São Paulo. As informações são do Jornal Nacional.
O sítio passou por uma reforma no fim de 2011, e a suspeita dos investigadores é de que a obra tenha sido paga por duas construtoras envolvidas no escândalo de corrupção da Petrobras, e pelo pecuarista José Carlos Bumlai.
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No depoimento ao Ministério público, Emerson Cardoso Leite disse ter recebido uma ligação de Bumlai solicitando que ele indicasse um profissional para a execução da reforma. O engenheiro afirmou ter dito que não trabalhava com reformas e que teria pedido a um colega, também engenheiro, que contratasse um arquiteto. O profissional contratado para cuidar da obra do sítio foi o arquiteto Igenes Neto, que disse em depoimento aos promotores paulistas que não sabia quem utilizava o lugar.
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Emerson também contou no depoimento que "José Carlos Bumlai ligou agressivamente reclamando que a obra não progredia". E que, em seguida, "Bumlai resolveu mudar a construtora que trabalhava no local". O engenheiro disse que "tem quase certeza, por conta de informações do próprio Bumlai, que quem tocaria a reforma seria a construtora OAS".
De acordo com a reportagem veiculada no Jornal Nacional, os promotores já têm provas de que a construtora OAS comprou em uma loja a cozinha planejada e os móveis da área de serviço do sítio em Atibaia. O Ministério Público suspeita de que outra construtora investigada pela operação Lava Jato, a Odebrecht, também tenha feito pagamentos da reforma.