Três dias após a prisão do ex-militar Braian Kümmel da Silva, 19 anos, suspeito de ter matado o colega de quartel Gilberto Zahn Couto, 19 anos, em setembro de 2015, algumas evidências que desvendaram o caso foram esclarecidas pela polícia. O crime é investigado pela 2ª Delegacia de Polícia de Santa Maria, sob o comando do delegado Marcelo Arigony, e, há uma semana, teve o inquérito remetido à Justiça.
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De acordo com Arigony, a confissão de Braian foi o que faltava para o pedido de prisão. As evidências no perfil do suspeito no Facebook e pelo fato de o celular da vítima estar na casa de Braian confirmaram as suspeitas da polícia. Contudo, antes de Braian admitir a autoria do crime, uma série de contradições marcou os dois depoimentos que ele deu à polícia, em 2 de setembro e em 18 de dezembro de 2015.
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No primeiro depoimento, Braian chegou a afirmar à polícia que se despediu do colega horas antes da morte: "lembra ainda que quando se despediu de Couto, disse a este que lhe ligasse ou mandasse uma mensagem avisando que tinha chegado no quartel, o que não ocorreu".
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Já no segundo, o jovem apresentou uma versão diferente e admitiu o crime. Conforme o depoimento, "no dia 1º de setembro (...) juntamente com Gilberto foi até o Parque Jockey Club. (...) Durante o trajeto já tinha em mente dar andamento a seu plano que era efetuar o sacrifício humano em troca de poder junto a sua futura seita (...) Pesquisou sobre o assunto na internet (...) No local, já havia a faca (...) De forma súbita estocou o peito do colega. 'Eu só passei a faca, não furei. Joguei a faca longe. (...) Em seguida fui embora'."
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Também foram ouvidos familiares e pessoas do mesmo quartel onde Braian servia. Por enquanto, o crime enquadra-se como homicídio qualificado por motivo torpe.
- Foram ouvidas pessoas ligadas a religiões ocultistas, que entendem do assunto, mas que não são ligadas à magia negra ou ao sacrifício humano. A seita é uma coisa dele, que se interessou pelo assunto e foi pesquisar. É uma história mirabolante - enfatizou o delegado Arigony.
Braian ainda não apresentou advogado.
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A confissão, o Facebook e o celular da vítima na casa do suspeito levaram a polícia ao esclarecimento do crime
Alessandra Noal
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