Prestes a confirmar sua saída do Partidos dos Trabalhadores, o senador Paulo Paim (PT-RS) afirmou nesta segunda-feira que o processo não será "litigioso".
– Se confirmado, a ideia é sair numa boa, sem nenhum tipo de atrito. Mas nenhum dos lados chegou a dar a palavra final – disse ele em entrevista ao Gaúcha Atualidade.
O senador se reunirá às 11h com a executiva estadual do PT, em Porto Alegre. A intenção é fazer uma discussão final e anunciar sua decisão ainda nesta segunda-feira.
– Em uma partida de futebol, às vezes na prorrogação, no último minuto, há uma alteração no resultado final – explicou o senador.
O político disse que vai ficar um tempo sem partido até tomar uma decisão, "talvez por abril ou março, ainda este ano". A tendência é que ele vá para a Rede Sustentabilidade, partido comandado pela ex-ministra Marina Silva.
Paim esclareceu que a disputa eleitoral de 2018, quando se encerra seu segundo mandato como senador, não tem a ver com sua decisão.
– Essa não é a questão de fundo. Todos os partidos que conversaram comigo já sinalizaram positivo se eu quiser ser candidato a senador, a governador. Mas 2018 não está em debate. Está em debate a política econômica do governo –, disse.
O principal motivo de atrito entre Paim e o PT foram as medidas provisórias editadas pelo governo Dilma Rousseff, que atingiram direitos dos trabalhadores.
Questionado se as denúncias de irregularidades envolvendo o PT pesaram sobre sua decisão (Operação Lava-Jato, por exemplo), Paim negou:
– Nesse momento, tanto PT, como PMDB, o próprio PSDB, em todos, há denuncias de gravidade. E, seja quem for, tem que responder pelos seus atos – disse.