O barão mexicano do narcotráfico Joaquín "El Chapo" Guzmán foi recapturado seis meses depois de fugir de uma prisão de segurança máxima, informou o presidente Enrique Peña Nieto na sexta-feira.
"Missão cumprida: temos 'El Chapo'. Quero informar aos mexicanos que Joaquín Guzmán Loera foi detido", publicou Peña Nieto no Twitter.
A caça ao narcotraficante mais procurado do mundo termino na cidade de Los Mochis após meses de intensas operações militares em Sinaloa e Durango, os territórios de Guzmán.
A ambição do criminoso de produzir um filme autobiográfico, que o levou a se reunir com atrizes e produtores, permitiu que as autoridades acompanhassem sua pista, afirmou a procuradora-geral Arely Gómez.
"El Chapo" Guzmán será levado de volta para a penitenciária de segurança máxima da qual fugiu há seis meses.
"Guzmán Loera será levado novamente para o Centro Federal de Readaptação Social número um de Altiplano", anunciou Arely Gómez.
O presidente Peña Nieto comemorou a captura em uma mensagem dirigida à imprensa do Palácio Nacional: "é resultado do trabalho durante dias e noite de parte de militares e de outras autoridades que conseguiram recapturar "este criminoso e apresentá-lo à justiça".
"Houve um intenso e cuidadoso trabalho de inteligência e investigação criminal que permitiu identificar, deter e desarticular a rede de influência e proteção deste delinquente".
A secretária de Justiça dos Estados Unidos, Loretta Lynch, emitiu uma nota saudando o governo do México "e o pessoal das forças de segurança e militares que trabalharam sem descanso nos últimos meses para levar Guzmán à justiça".
Para Lynch, a prisão de Guzmán representa "um golpe no cartel internacional de narcotraficantes que supostamente dirige, uma vitória para os cidadãos de México e Estados Unidos, e o triunfo da lei nos dois países".
Uma fonte do governo federal revelou à AFP, por telefone, que o traficante foi recapturado em uma operação realizada por militares da Marinha em Los Mochis, perto da zona costeira de Sinaloa, estado onde Guzmán nasceu.
"Só a Marinha interveio", disse a fonte à AFP, pedindo para não ser identificada.
O governador de Sinaloa, Mario López Valdez, explicou à emissora Rádio Fórmula que Guzman "foi recapturado em um hotel fora de Los Mochis".
A recaptura representa um avanço para o governo que ficou humilhado com a fuga espetacular, em 11 de julho passado.
A Presidência convocou a imprensa para uma mensagem de Peña Nieto esta tarde no Palácio Nacional.
A Marinha mexicana efetuou várias operações nos estados do noroeste de Sinaloa e Durango desde a sua do narcotraficante.
A agência antidrogas americana, DEA, se disse "extremamente satisfeita" com a recaptura de 'El Chapo'.
"Saudamos o governo do México e a coragem demonstrada na captura", expressou a agência americana, também pelo Twitter.
A grande questão agora é saber se Guzmán será extraditado para os Estados Unidos. Antes da fuga, o governo de Peña Nieto havia negado o pedido do país vizinho.
Confronto em Sinaloa
A notícia da prisão de "El Chapo" foi anunciada depois que a Marinha do México informou que cinco homens morreram em um tiroteio com militares na cidade de Los Mochis, sem mencionar o barão.
No tiroteio, seis pessoas foram detidas e um militar ficou ferido. Segundo a Marinha, no local onde foi registrado o confronto estava Orso Iván Gastelum, suposto líder regional de uma organização criminosa, que conseguiu fugir dos militares.
O comunicado não revelou o nome da organização que os militares enfrentaram, mas o cartel de Sinaloa de Guzmán domina a região.
Na operação foram apreendidos quatro veículos, dois deles blindados, e várias armas, entre elas um lança-foguetes com duas cargas.
Guzmán, de 58 anos, fugiu na noite de 11 de julho por um túnel de 1,5 km em uma caminhonete adaptada para trilhos, conduzida até uma casa em construção em Almoloya.
Dali, dirigiu-se por terra a Querétaro (centro), para depois entrar em um pequeno avião que o conduziu a uma zona serrana entre seu estado natal Sinaloa e Durango (noroeste).
Um dos pilotos era seu cunhado, que foi detido junto a outras seis pessoas em outubro passado.
Guzmán já havia fugido de uma prisão de segurança máxima na cidade de Jalisco, em 2001, tendo sido recapturado em fevereiro de 2014.
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