O Kuwait e o Iraque descartaram nesta terça-feira que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) corte unilateralmente sua produção de petróleo.
"A Opep não pode cortar sua produção, a menos que haja uma redução similar por parte de produtores externos à Opep", disse à imprensa o ministro do Petróleo do Kuwait, Anas al Saleh, à margem de uma reunião setorial no emirado.
"Não me parece lógico que a Opep corte sua produção e que os [países] que não são membros da Opep não a cortem", ressaltou.
O ministro iraquiano de Petróleo, Adel Abdulmahdi, disse que seu país estava "disposto a cooperar" para que os preços subissem com os cortes da produção, mas só se os países que não são membros da Opep tomarem medidas similares.
Os preços do petróleo estão em seu menor patamar em treze anos, em torno dos 30 dólares o barril, pelo excesso de oferta em um mercado sem vitalidade, afetado pela desaceleração econômica da China.
A Opep, liderada pelos países árabes do Golfo, recusa-se a cortar sua produção, como parte de uma estratégia que busca expulsar os fortes concorrentes do mercado, como os produtores americanos de petróleo de xisto.
Essa estratégia também afeta outros membros do cartel, como a Venezuela, que propôs convocar de urgência uma reunião extraordinária da Opep para examinar a questão dos preços.
O ministro kuwaitiano descartou a necessidade dessa convocatória, antes da conferência ministerial ordinária de junho.
"Não precisamos nos reunir só por reunir", declarou.
O ministro iraquiano admitiu que a maioria dos países vendem petróleo a um preço inferior ao de seu custo de produção. Ele advertiu que se a crise atual se prolongar, os preços podem recuperar o vigor.
"Se a crise energética continuar durante muito tempo e os investimentos caírem, os preços poderão subir fortemente", afirmou.
"O problema será então o da demanda, e não mais o da oferta excessiva", acrescentou.
Segundo Abdulmahdi, o preço do barril deve subir gradualmente até os 50 dólares na segunda metade desse ano.
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