Acabar com o tráfico de drogas é praticamente impossível, mas, interrompê-lo por um determinado tempo, não, dizem especialistas na área da segurança pública. Apesar de a quantidade total de drogas apreendidas em Santa Maria ou que viriam para a cidade em 2015 ter sido menor em relação a 2014, o titular da Delegacia Especializada em Furtos, Roubos, Entorpecentes e Capturas (Defrec) e delegado regional, Sandro Meinerz, considera que os números são satisfatórios. Veja no quadro abaixo.
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No ano passado, foram quase 285 quilos de drogas, entre maconha, cocaína e crack, que deixaram de circular pelas ruas de Santa Maria. Mais do que isso, as apreensões causam grandes prejuízos aos traficantes.
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Além disso, não estão contabilizados nos dados da Polícia Civil, um carregamento de 460 quilos de cocaína que foram apreendidos pela Polícia Rodoviária Federal e Receita Federal, na BR-158, em Santa Maria.
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Com as apreensões dos entorpecentes, principalmente em alguns casos específicos, muitos pontos de venda de drogas ficaram sem os produtos, já que os fornecedores foram presos. Conforme Meinerz, por algumas semanas, após a prisão de Idelson Piccinin, 38 anos, o "Mosquito", em março de 2015, o mercado ficou desabastecido. Ele foi preso em Agudo, com cerca de 20 quilos de drogas, sendo mais da metade de crack.
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- Tem duas operações que considero muito importantes. A Operação Dengue, quando prendemos o Mosquito, que gerou um impacto naquele período, e vários pontos ficaram sem crack e cocaína por algum tempo, já que ele era fornecedor de muita gente. E a Operação Palco gerou uma crise no Beco da Tela, que ficou sem droga para vender. Pelo que vimos, em um primeiro momento, o fato de prendermos a quadrilha fez com que os próprios usuários deixassem de frequentar aquele local - avalia o delegado.
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Em 2016, a estratégia do delegado e da equipe da Defrec, que conta com 16 servidores (nove deles investigadores), continuará a mesma que vem sendo adotada desde 2014: focar nos grandes traficantes. Com isso, além de prejudicar o fornecimento aos pontos de venda, o propósito é causar prejuízo aos traficantes com as apreensões não só de entorpecentes, mas também de dinheiro, veículos, imóveis e até mesmo o bloqueio de bens.
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- A gente sabe que aquele traficante de esquina incomoda, mas ele está sempre com pequenas quantidades e, se for preso, é de fácil reposição, não muda em nada o cenário do tráfico. Quando se pega um grande fornecedor, tu desabasteces alguém. As apreensões são importantes, fora as drogas em si, foram cerca de R$ 60 mil em espécie e o bloqueio de bens na Operação Palco - explica Meinerz.
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Para o delegado, o fato de a quantidade de maconha apreendida em 2015 ser menor em relação ao ano anterior não quer dizer que a polícia trabalhou menos, mas, sim, que houve mais êxito nesse tipo de "batida" em 2014. As drogas apreendidas são encaminhadas ao Departamento Estadual do Narcotráfico (Denarc), em Porto Alegre, onde, depois, são incineradas.
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