Condenado em duas instâncias pela Justiça Estadual por supostamente ter se apropriado de parte dos salários de assessores, o vereador João Carlos Maciel (PMDB) é investigado em outros dois inquéritos pela Polícia Federal: um por tráfico ilícito de drogas e outro por crime eleitoral.
Ambas as investigações têm como pano de fundo a distribuição de medicamentos feita por meio do programa social que o vereador e radialista mantém na cidade.
Na semana passada, Maciel foi indiciado pelo artigo 299 do Código Eleitoral. A PF entendeu que o projeto social e a distribuição de medicamentos eram utilizados pelo radialista também para angariar votos. Após o relatório da PF, o caso será remetido à Justiça Eleitoral.
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A investigação por suposto tráfico de drogas ainda está em andamento. Em 26 de março deste ano, Maciel foi preso em flagrante por armazenar e distribuir remédios controlados na sede do programa social. Ele ficou quase dois dias na cadeia, depois, passou a responder em liberdade. A PF aguarda resultado de perícia nos medicamentos.
A alegação da defesa de Maciel, representada pelo advogado Mário Cipriani, é de que, em ambos os casos, o programa social é anterior ao ingresso de Maciel na vida pública.
_ Ele (Maciel) desenvolve o projeto social antes de ser vereador, há mais de 40 anos. Não existe a relação de ter sido criado em função da atividade parlamentar.
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Ainda conforme o defensor, testemunhas ouvidas no inquérito informaram serem de outras cidades, portanto, não são potenciais eleitores do vereador, e outras, de outros vinculados a outros partidos que não o PMDB.
Sobre o caso de suposto tráfico de drogas, já foram ouvidos representantes comerciais de indústrias farmacêuticas e médicos, que faziam doações de remédios e amostras grátis de medicamentos.
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_ Ele fazia as doações de forma aberta. Nada era clandestino. As doações eram entregues mediante a apresentação de receitas médicas _ diz Cipriani.
O caso das condenações está em fase de recurso junto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) e não foi concluso.
Na esfera administrativa, Maciel foi investigado por suposta falta de decoro parlamentar na Câmara de Vereadores pelo caso de suposta apropriação de parte dos salários dos servidores. Neste momento, o assunto é discutido para, depois, ser submetido à votação em plenário.