Geração de empregos, exportações, importações, vendas, produção e salários. Comparando com anos anteriores, todos os indicadores mostram um quadro negativo para a indústria catarinense em 2015 e, o mais grave, pouco deve mudar para o próximo ano. A produção industrial acumula 8 pontos negativos na comparação com o ano passado no Estado, e 7,8 pontos no país. Esse é o balanço e projeção que a presidência da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) divulgou em coletiva realizada na terça-feira. Seguindo dados macroeconômicos, os empresários catarinenses já descartam uma recuperação da economia em 2016.
O índice de atividade econômica do Banco Central para Santa Catarina aponta uma queda de 2 pontos percentuais este ano, influenciado principalmente pela queda no comércio e na produção industrial. O presidente da Fiesc, Glauco José Côrte, lembrou da situação política atual como uma das causas para o momento ruim da economia e citou que Estados vizinhos também estão sendo impactados:
– Não é verdade que a economia brasileira esteja mal por causa da conjuntura mundial. Enquanto o Brasil teve um déficit no Produto Interno Bruto (PIB) de 4,5% no terceiro trimestre deste ano, outros países cresceram. Além disso, Estados industrializados são os mais afetados pelo momento ruim da economia.
As vendas em setores importantes como alimentos e vestuário forçaram ainda mais a queda catarinense nos primeiros dez meses do ano. A Fiesc destacou ainda que o Estado está com saldo negativo de 12.010 vagas no período e que o mês de outubro bateu recorde negativo de saldo de postos de trabalho desde 2005.
Mais investimento em educação
Com a previsão do Banco Central para retração do PIB também em 2016, o presidente da Fiesc apontou investimentos em educação e tecnologia como caminhos para recuperação da economia.
– A Fiesc está investindo R$ 300 milhões em sete centros de tecnologia e quatro de saúde do trabalhador entre 2015 e 2017. Acredito que investir em educação é sempre a melhor maneira para superar momentos difíceis. Quando um trabalhador tem baixa qualificação, ele é sempre o primeiro a ser demitido em crises e o último a ser contratado quando a economia está se recuperando - afirma Glauco José Côrte.
FRASES: Glauco José Côrte, presidente da Fiesc
"Estados industrializados como Santa Catarina, São Paulo, Rio Grande do Sul e Paraná estão sentindo mais a crise econômica"
"Com o desemprego e juros altos e a inflação que não cai, estamos quase numa depressão econômica"
"Um caminho importante para a saída dessa situação é exportar para novos mercados, principalmente porque o Brasil sofre com uma perda de poder aquisitivo"
"A nossa avaliação anterior era de recuperação a partir do primeiro semestre de 2016, mas os números mostram que o próximo ano inteiro será afetado pela crise"
"Investir em educação é sempre a melhor maneira para superar momentos difíceis. Quando um trabalhador tem baixa qualificação, ele é sempre o primeiro a ser demitido em crises e o último a ser contratado quando a economia está se recuperando"