Os negociadores do clima trabalhavam na versão final do acordo de Paris, que deve ser anunciado no sábado, um dia depois do previsto, anunciou nesta sexta-feira a presidência da COP21, ao final de uma nova noite de discussões.
O objetivo é "consultar os grupos para fixar a versão final, que será apresentada na manhã de sábado para sua adoção ao meio-dia", anunciou a presidência, segundo a qual não existirá uma nova "versão intermediária" do texto.
O acordo histórico pretende frear o aquecimento do planeta.
- As coisas seguem em um bom caminho - afirmou o presidente da COP21, o chanceler francês Laurent Fabius.
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Às 6h (3h de Brasília), os negociadores já haviam abandonado as salas de reunião, e algumas delegações deixavam o centro de convenções de Le Bourget, ao norte de Paris. De acordo com o ministro nicaraguense de Políticas Nacionais, Paul Oquist, a sexta-feira será dedicada a "consultas", antes da publicação do texto no sábado.
Dois representantes de outra delegação latino-americana afirmaram que tiveram a impressão de que pela primeira vez China e Estados Unidos mediam forças durante as negociações.
- A China disse tudo sobre o que não gostava no texto - comentou uma fonte, antes de relatar que, se as apreciações do negociador chinês forem levadas em consideração, será necessário "reescrever tudo".
O centro dos debates continua sendo o princípio de "responsabilidades comuns, mas diferenciadas", inscrito na Convenção da Rio-1992, que define uma distinção entre países desenvolvidos e em desenvolvimento no que diz respeito à responsabilidade histórica da mudança climática.
Os países ricos temem ser os únicos a realizar grandes esforços econômicos e de redução de emissões de gases do efeito estufa em consequência da medida. Por isso, pressionam para que nações emergentes, como China e Índia, as quais se tornaram grandes emissores de gases do efeito estufa, também tenham obrigações.
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