O resultado do primeiro exame para saber se um brasileiro de 46 anos, que está isolado no Rio de Janeiro, tem ebola deu negativo. O material coletado foi analisado pelo laboratório da Fundação Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro. No entanto, de acordo com os protocolos internacionais, a confirmação do diagnóstico só poderá ocorrer após a realização de um segundo exame, que deverá ter seu resultado liberado no sábado. Até a confirmação final, todas as pessoas que tiveram contato com o paciente serão monitoradas. Caso o segundo exame apresente resultado negativo, o paciente será retirado do isolamento e os 95 contactantes deixam de ser acompanhadas.
Segundo o protocolo adotado pelo Ministério da Saúde, é considerada suspeita a pessoa que passou por zona afetada pelo ebola e que apresente quadro febril até 21 dias após deixar a área, período considerado como limite máximo para o período de incubação da doença. O brasileiro retornou da África no dia 6 deste mês.
Segundo o Ministério da Saúde, o paciente sob suspeita de ebola continua internado, em bom estado geral e em isolamento no Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, referência no tratamento da doença. Conforme boletim médico, o paciente apresentou resultado positivo para teste de malária e recebeu tratamento para a doença, que é muito frequente no continente africano.
No último domingo, o paciente começou a apresentar sintomas como febre alta, dor muscular e dor de cabeça. Imediatamente após a identificação da suspeita, o paciente foi isolado na unidade e teve início a adoção do protocolo nacional estabelecido para casos suspeitos de ebola.
Na quarta-feira, ele foi transportado para o Rio, seguindo protocolo de segurança. A transferência foi feita por avião da Força Aérea Brasileira, com uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência composta por três profissionais.
A doença
O ebola é uma doença grave, muitas vezes fatal, com uma taxa de letalidade de aproximadamente 50%. Foi identificado pela primeira vez em 1976, em dois surtos simultâneos: um em uma aldeia perto do Rio Ebola, na República Democrática do Congo, e outro em uma área remota do Sudão.
A origem do vírus é desconhecida, mas os morcegos frugívoros são considerados os hospedeiros prováveis do vírus ebola. A pessoa infectada só transmite o vírus quando apresenta os sintomas. O ebola só é transmitido através do contato com o sangue, tecidos ou fluidos corporais de indivíduos doentes.