Um passaporte sírio encontrado pela polícia francesa em um dos locais atacados por jihadistas em Paris pertencia a um requerente de asilo que foi registrado em uma ilha grega em outubro, afirmou um ministro grego neste sábado.
"Confirmamos que o proprietário do passaporte chegou na ilha de Leros em 3 de outubro e foi registrado sob as regras europeias", indica o comunicado do ministro para a Defesa Civil, Nikos Toskas.
A polícia francesa indicou que o documento foi achado perto do corpo de um dos atacantes na sala de Bataclan, onde 82 pessoas foram assassinadas.
A autenticidade do passaporte ainda não foi verificada, mas reforçaria a hipótese de uma conexão da Síria com os atacantes, que agiram contra seis localidades diferentes em Paris.
Os chefes de segurança europeus já expressaram sua preocupação no passado ante a possibilidade de infiltrações de jihadistas na avalanche de solicitantes de asilo que chega diariamente a Europa.
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Confira o mapa dos ataques:
Atentados em Paris
Mais de cem pessoas morreram na noite desta sexta-feira, em Paris, na França, após uma série de ataques terroristas em diversos locais da capital francesa. Tiroteios e explosões ocorreram de maneira coordenada em pelo menos seis lugares, segundo o jornal Le Monde, que cita uma fonte judicial: no Boulevard Voltaire, em frente ao bar La Belle, Bataclan, na Rua de la Fontaine, no bar Carillon e no Stade de France. Pelo menos cinco terroristas foram "neutralizados" à noite. A informação foi anunciada por François Molins, procurador de Paris.
Logo após os ataques, o Itamaraty confirmou dois brasileiros entre os feridos nos atentados. Parisienses descrevem como "estado de guerra" a situação da capital francesa no momento, alertando para um possível crescimento da onda xenófoba, ultranacionalista e de extrema direita no país, que está a três semanas das eleições regionais.
O presidente francês, François Hollande, decretou estado de emergência e fechou as fronteiras do país. Moradores são aconselhados a não deixarem suas casas. Todos os locais públicos, como escolas, museus e bibliotecas, permanecerão fechados neste sábado em Paris. O presidente pediu confiança à população francesa e garantiu que as autoridades do país devem ser "duras e serenas" para "vencer os terroristas".
O presidente norte-americano Barack Obama também se pronunciou após os ataques, garantindo apoio à França e descrevendo as ações como "ataques contra a humanidade". Pelo Twitter, a presidente do Brasil, Dilma Rousseff,se disse "consternada pela barbárie terrorista" e expressou seu "repúdio à violência" e "solidariedade ao povo francês".