Aos 28 anos, Lúcio Bellentani trabalhava na Volkswagen de São Bernardo do Campo (SP) como ferramenteiro, profissão muito requisitada na época. Entrou para o Partido Comunista Brasileiro (PCB) e tentava organizar uma base do partido em grandes empresas da região. Foi preso em julho de 1972, na ala de prensas em que trabalhava, às 23h30min, numa ação acompanhada por seguranças da companhia. Outros 12 operários também foram detidos.
Leia mais:
Volks é a primeira empresa a tentar reparar apoio à ditadura na Justiça
Petrobras é próximo alvo de investigação sobre apoio de empresas à ditadura
Bellentani primeiro foi levado a uma sala do setor de Recursos Humanos, onde conta ter levado socos, chutes e pontapés. Depois foi transferido para o Dops, e passou por frequentes sessões de tortura: palmatórias nas mãos, pés e cabeça, pau de arara, choque elétrico e chegou a ser arrastado em um veículo amarrado pelas mãos.
Comissão Nacional da Verdade
Ex-funcionário relata tortura dentro da Volks durante a ditadura
Empresa é a primeira a tentar reparar na Justiça o apoio à repressão
GZH faz parte do The Trust Project