A tuberculose atinge 46 detentos do Presídio Regional de Pelotas (PRP) em outubro. Destes, nove estão isolados em uma cela reformada para recebê-los. São os que estão nas duas primeiras semanas da doença, que é o período de contágio. O espaço foi criado apenas neste mês. Antes, o preso recebia o diagnóstico, era medicado e voltava para a cela coletiva.
A disseminação da tuberculose é facilitada devido a ambientes fechados e pouco ventilados e pela proximidade com pessoas infectadas. Segundo o diretor do PRP, Flúvio Bubolz, cada cela é dividida por 16 homens em média. O presídio tem 1,1 mil presos, mas a capacidade é para 472.
A Unidade Básica de Saúde da casa prisional possui uma médica, uma enfermeira, uma técnica de enfermagem, um dentista e uma auxiliar de dentista. Flúvio afirma que existe um projeto para outra sede para a UBS, que hoje ocupa salas dentro da instituição. A nova unidade seria construída em um dos pátios internos, onde há uma quadra de futebol.
O PRP aguarda a engenharia da Superintendência de Serviços Penitenciário (Susepe) para viabilizar a obra, com expectativa de iniciar ainda neste ano. A verba seria oriunda do Poder Judiciário e precisa ser aprovada pelo Ministério Público.
Tuberculose e HIV/Aids
A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou na quarta-feira (29) pela primeira vez que as infecções de tuberculose rivalizam com as de HIV/Aids como a principal causa de mortes por doenças infecciosas. A organização apontou que 1,1 milhão de pessoas morreram de tuberculose em 2014, enquanto que no mesmo período, o HIV/Aids matou 1,2 milhão em todo mundo, incluindo 400 mil pessoas que foram infectadas com as duas doenças.
A doença
A tuberculose é transmitida pelo Mycobacterium tuberculosis, o bacilo de Koch. Os sintomas são tosse por mais de duas semanas, produção de catarro, febre, sudorese, cansaço, dor no peito, falta de apetite e emagrecimento. No Brasil, o tratamento é gratuito e, se conduzido corretamente, a chance de cura é de 100%.