O Hospital Universitário de Santa Maria (Husm) tem R$ 1.850.000 garantidos em investimentos até o ano que vem. O anúncio foi feito na manhã desta quinta-feira pelo presidente da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), Newton Lima Neto, ao reitor da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Paulo Burmann.
Parte do dinheiro será repassado ainda neste ano: R$ 500 mil para reforma e instalação de novos elevadores e R$ 150 mil para aquisição de um novo aparelho de desintometria óssea. Maior parte do montante (R$ 1,2 milhão) está previsto no orçamento de 2016 para a construção de uma nova subestação de energia elétrica que deve ser capaz de atender ao hospital pelos próximos 15 anos. É que o Husm atingiu a carga máxima possível para a atual subestação que é da década de 1960.
Depois da reunião com Burmann, Lima, que assumiu a Ebserh em junho deste ano, conheceu as instalações do Husm e assistiu a uma apresentação dos dados de crescimento do hospital desde que a empresa passou a administrar a instituição. Após, ele participou de uma coletiva de imprensa, onde falou sobre o hospital regional, sobre as reivindicações dos servidores e sobre a situação de superlotação do pronto-socorro. A Ebserh foi criada há dois anos e meio e administra 31 hospitais universitários no país.
Veja o que disse o presidente da Ebserh, Newton Lima Neto:
Hospital regional
"Nosso papel é fazer gestão dos hospitais que são da União e estão alocados nas universidades federais, portanto, aguardamos a definição por parte do poder público estadual. Se assegurada a doação ao patrimônio da União via Universidade Federal de Santa Maria, o nosso papel é providenciar o dimensionamento da força de trabalho, a autorização para concurso público e um plano de recuperação, ampliação, reforma, modernização e informatização."
Negociação com servidores da Ebserh
"A sobrecarga de trabalho que o Husm está tendo em função do fechamento de outros equipamentos públicos assistenciais do Estado é algo assustador. Se a Ebserh não tivesse assumido o Husm, estaríamos em colapso. Com relação a escalas de trabalho, estamos concluindo o acordo coletivo junto aos 17 mil funcionários (até o final do ano devem ser 20 mil), em que será instituída uma mesa de negociação permanente com a Condsef (Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal) para discutir questões salariais, de jornada e de carreira, plantões e adicionais. Já avançamos. Tivemos reajuste de 7,7% nos salários e benefícios e inauguramos jornada de 12 horas por 36 horas, com uma hora de almoço remunerado."
Superlotação no Pronto-Socorro do Husm
"Os problemas que advém aqui são decorrentes do estágio de implantação do Sistema Único de Saúde (SUS). Aqui, não temos retaguarda (hospitais para onde encaminhar os pacientes para internação após os procedimentos). As pessoas que estão hoje nas macas nos corredores deveriam estar acomodadas em instalações adequadas e acabam não tendo para onde ir. Fica constrangedor para todos nós. Somos parte do SUS, que é mantido pelas esferas federal, estadual e municipal. Neste momento, o ente estadual está com visíveis dificuldades de cumprir as suas ações em função das dificuldades do Estado e isso sobrecarrega e atrapalha o planejamento que havíamos feito."
Outros anúncios feitos pelo Husm:
Central de laboratórios
O Hospital Universitários (Husm) está com projeto pronto em fase de orçamento para construção de um prédio anexo ao hospital para reunir os mais de 10 laboratórios (num total de cerca de 500 atendimentos por dia) que, atualmente, funcionam dentro do Husm. A estrutura deverá ter 3,3 mil metros quadrados em três andares _ primeiro para análises clínicas, o segundo para exames especiais de genética, biologia molecular e o terceiro para patologia e anfiteatro. A projeção é que, entre licitação e construção, o processo leve cerca de três anos. A saída dos laboratórios do prédio do Husm liberaria área para internação e administração.
Ressonância magnética
A sala que abrigará o aparelho de ressonância magnética (para diagnóstico por imagem) do Husm está 90% concluída. Após o término da obra, e empresa que vendeu o equipamento para o hospital fará a calibragem e teste do aparelho. Iniciado o processo pela empresa, ele leva cerca de 30 dias. A previsão é atender a 20 pacientes por dia. Atualmente, o Husm, que não dispõe do equipamento, contrata o serviço e os exames são feitos no Hospital de Caridade para pacientes internados de oncologia e urgências. Existe uma demanda reprimida de pacientes externos não urgentes.