Alunos dos cursos de Arquivologia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário Franciscano (Unifra) protagonizaram uma atividade inusitada na tarde de sexta-feira. Munidos de vassouras, baldes e escovões, eles limparam um túmulo de mármore do Cemitério Ecumênico Municipal que precisava de revitalização.
O jazigo escolhido, que pertencia à família Weinmann Nagel, encontra-se em situação de abandono. O grupo fez o corte de galhos que tapavam o túmulo, retirou os vasos quebrados que estavam ao redor e aplicaram um produto químico especial na estrutura e na estátua de mármore. A sujeira que antes escondia o túmulo deu lugar a uma verdadeira obra de arte. O piso, antes tapado de musgo, revelou o lindo ladrilho hidráulico da década de 1910.
- O sepulcro estava bem preservado, tanto que não precisará de nenhuma modificação ou restauração. O que estava faltando era a manutenção mesmo - explica Alex Scherer Porporati, estudante de Arquitetura.
A ideia da intervenção partiu dele, após os encontros do grupo Informação e Cemitério que, sob a orientação da professora Fernanda Kieling Pedrazzi, desenvolve o projeto de catalogação da parte antiga do cemitério, conhecida como "Cemitério Alemão".
Segundo João Alberto Licht Teixeira, aluno de Arquivologia, a ideia é que, no futuro, seja possível implementar um projeto de turismo cemiterial, que faz a exploração do patrimônio artístico e arquitetônico, além de resgatar a história da cidade, já que muitas famílias importantes e personalidades de relevância estão sepultadas no local.
A intervenção e a limpeza do jazigo é uma retribuição do grupo à comunidade, já que ele é considerado um dos mais belos e antigos do cemitério.