Diante de poucas presenças e depois de mais de duas horas de reunião a portas fechadas na sede do Cpers, no centro de Porto Alegre, o movimento dos servidores estaduais decidiu por uma trégua na greve unificada e autorizou as categorias a deliberarem os rumos da paralisação de forma isolada. Na prática, isso representa uma suspensão temporária da mobilização conjunta, como vinha ocorrendo.
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Somente o Cpers/Sindicato segue em greve até o dia 11 de setembro, conforme decisão tomada na quarta-feira. O restante das entidades fará novas assembleias na semana que vem, depois do feriado do dia 7 de setembro. A sensação é de que houve uma desmobilização do movimento, cenário que já é admitido por algumas lideranças sindicais.
- O movimento são diversas entidades unificadas, mas que mantêm sua autonomia. São categorias diferentes, com diferentes demandas. Algumas irão juntas, outras não, até por causa de suas características. Nós entendemos toda dificuldade que há - afirma a presidente do Cpers, Helenir Schürer.
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Por outro lado, o presidente da Amapergs, entidade que representa monitores e agentes penitenciários, nega que o movimento unificado tenha perdido força. Conforme Flávio Berneira, a decisão faz parte de uma estratégia de cronograma.
- A greve é uma das ferramentas de luta. Nós fizemos e faremos greve. Está no nosso cronograma. Greves acontecerão de forma sistemática e cada vez mais longas. Essa é a tendência. E posso afirmar que a próxima terá um período maior de duração - diz.
A única decisão tomada na reunião desta sexta-feira é que os servidores estarão em frente à Assembleia Legislativa na próxima terça-feira para pressionar os deputados a derrubarem projetos considerados prejudiciais ao funcionalismo.
- A Assembleia que nos aguarde na terça-feira. Estaremos lá para impedir que qualquer projeto que nos ataque seja aprovado - adianta Helenir.
O que já está definido
A Amapergs terá assembleias regionais durante o fim de semana e só decidirá sobre os rumos da paralisação na terça-feira. Até lá, uma operação-padrão, com restrições de serviços, será realizada nos presídios gaúchos. Apenas as visitas aos detentos devem ser prejudicadas. A tendência é que a categoria aprove greve até o dia 11.
A Ugeirm-Sindicato, que defende os escrivães, inspetores e policiais civis, retoma as atividades no fim de semana e realizará uma nova assembleia na terça-feira. A Associação dos Cabos e Soldados da Brigada Militar (Abamf) decidirá se segue a paralisação até o fim do dia desta sexta-feira, segundo o presidente Leonel Lucas.
A entidade dos servidores técnicos-científicos, Sintergs, retomou suas atividades e fará nova reunião na semana que vem para analisar possível retomada da paralisação. A decisão é a mesma para a Afagro, que representa os fiscais agropecuários.
*Zero Hora