A Câmara Federal Penal da Argentina julgou os recursos e manteve, na segunda-feira, as condenações a 12 reús acusados de terem provocado a morte de 193 jovens no incêndio da boate Cromañón, em 30 de janeiro de 2004, em Buenos Aires.
Segundo o jornal "Página 12", ainda cabe recurso à Suprema Corte do país, mas a estimativa é que a decisão final saia em dois meses, com a provável prisão dos acusados. Eles ainda respondem em liberdade.
A Justiça considerou que os músicos da banda não deveriam ter aceitado fazer um show em uma boate superlotada e que já tinha uso frequente de artefatos pirotécnicos pelo público - inclusive, em menos de um ano, já tinham ocorridos outros dois incêndios por esse motivo na casa noturna.
Por isso, os juízes consideraram que os músicos também contribuíram para a tragédia, assim como funcionários públicos que deveriam ter fiscalizado a casa noturna e impedido que ela seguisse aberta.
Chama a atenção que, na Argentina, o julgamento já dura 11 anos, houve penas baixas e que, além dos músicos e do dono da boate, também foram condenados funcionários públicos e até secretários (confira as penas abaixo).
Logo após a tragédia, a Legislatura da Cidade de Buenos Aires aprovou o impeachment do chefe de governo Aníbal Ibarra, considerado, pelos deputados, responsável político da tragédia.