Furos em telhados comprovam a intensidade do temporal de granizo que atingiu municípios do Vale do Sinos nas últimas horas. Na manhã desta sexta-feira, com o prenúncio de mais chuva no fim de semana, moradores trabalhavam para remendar o que as pedras de gelo estragaram.
Temporais prejudicam mais de 10 mil moradores em 45 cidades do RS
Chuva deixa ponte entre Bento Gonçalves e Cotiporã submersa
Em São Leopoldo, sabe-se que os bairros mais atingidos foram o Feitoria e o Santos Dummond, mas a Defesa Civil do município ainda não contabilizou o total de estragos. Lonas foram distribuídas a 49 casas na madrugada e, nesta manhã, mais 10 rolos do material foram comprados emergencialmente para atender a outras 200 residências.
- Eram do tamanho de um ovo - diz a cozinheira Maria Clara Rodrigues, 44 anos, sobre as pedras de gelo.
Moradora do bairro Feitoria, Maria Clara trabalhava no momento do início da queda de granizo, por volta das 22h30min de quinta-feira - temporal que se repetiu em outros pontos da cidade nesta sexta. Ao chegar em casa, deparou-se com a buraqueira no telhado, que acabou por forçar o forro e inundar os cômodos.
Nesta manhã, os furos eram remendados com fitas de manta asfáltica enquanto a cozinheira recordava da enchente anterior que havia passado: em 2013, a água chegou à altura das janelas de casa. Desta vez, o estrago veio por cima.
Quem também trabalhava no conserto de telhas no bairro era o caminhoneiro Flávio Kiupp, 48 anos. Nas telhas que cobrem a casa onde mora com a esposa há mais de 20 anos, o granizo deixou furos maiores do que bolas de tênis.
- Saímos correndo de dentro de casa, parecia que ia cair tudo nas nossas cabeças - lembra.
Na residência da dona de casa Viviane Dias Zacaria, 27 anos, os danos na cobertura também fizeram com que a água da chuva entrasse pela casa e escorresse pelas paredes. Agora, ela aposta que as lonas segurem a força do próximo temporal até que as telhas compradas graças a um empréstimo às pressas sejam colocadas.
- Não teve uma peça que se salvou - diz Viviane, que, pela segunda vez, terá de remobiliar a casa. Ela também havia sido vítima da enchente de 2013.
Em Novo Hamburgo, até o meio-dia desta sexta-feira, a Defesa Civil do município havia atendido 542 chamados - e 125 seguiam na fila. O bairro mais atingido foi o Santo Afonso, onde grande parte das casas exibia coberturas de lona sustentadas por tijolos após o temporal, mas também houve estragos no Liberdade e no Industrial.
Na Vila Americana, a dona de casa Gisele dos Santos, 20 anos, aguardava, na manhã desta sexta-feira, o marido e vizinhos trocarem as mais de 30 telhas danificadas pelo granizo que caiu por volta das 22h30min de quinta. Com os furos no telhado, a água entrou nos cômodos do segundo piso da residência e molhou parte dos pertences da família - entre eles, o forro da cama do casal e uma televisão, que já na liga mais.
Em outra rua próxima dali, a dona de casa Claudete Flores, 38 anos, e o marido, Jesus de Oliveira Flores, 45, haviam recém gasto R$ 280 para adquirir, também, as novas telhas que o granizo tornou necessárias.
- Foi um susto porque a gente rnunca tinha visto isso - conta Claudete.
Veja imagens do temporal que atingiu o RS:
* Zero Hora