As reclamações de ministros do PT sobre a atuação do ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, levaram o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a se reunir com o braço direito de Dilma Rousseff. O encontro ocorreu na manhã desta sexta-feira de forma reservada - fato pouco comum desde que Dilma foi eleita, mas que indica a permanência de Mercadante à frente da pasta.
Segundo informações de aliados repassadas a Folha de S. Paulo, o ex-presidente acreditava que a saída de Mercadante seria uma margem de manobra para Dilma, mas ouviu da sucessora que, apesar de ter estudado uma substituição de seu auxiliar, neste momento não há opções para uma troca no coração do governo sem gerar "nova crise".
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Com a permanência de Mercadante, a estratégia de Lula e do PT é esvaziar ao máximo a atuação política da Casa Civil.
Na quinta-feira, Lula havia se reunido a sós com Dilma no Palácio da Alvorada e depois seguiu para um encontro com os ministros do PT que durou cerca de cinco horas.
Somente Mercadante não foi convidado para a reunião.
O objetivo de Lula era deixar os ministros à vontade para reclamar do colega de Esplanada, que tem se desgastado na negociação com a base aliada e também dentro do governo. Lula disse que levaria o descontentamento ao chefe da Casa Civil, mas ponderou que o governo precisa sair da discussão do ajuste fiscal.