O depósito de somente R$ 600 nas contas dos servidores do Estado foi determinante para aprofundar a mobilização de 44 categorias do funcionalismo, que, em plenária na tarde desta segunda-feira, discutem o prolongamento da paralisação, prevista inicialmente para se encerrar na quinta-feira. Em tom irônico, os líderes sindicais disseram pela manhã, na sede da Federação Sindical dos Servidores Públicos do Estado (Fessergs), em Porto Alegre, que a greve pode ser "parcelada" e ir mais longe. Para isso, basta um ajuste de calendário entre as entidades e o consenso das lideranças, o que será buscado na plenária.
- Esse governo não nos fará curvar. Agora ele mexeu com as nossas famílias, e aí agiremos como leões e leoas. Hoje o chamado no sindicato foi mais forte. Estamos beirando 100% de adesão ao movimento. A falta de sensibilidade desse governador (José Ivo Sartori) é impressionante - afirma Helenir Schürer, presidente do Cpers/Sindicato.
Segundo ela, a greve não é apenas política. É também econômica, já que, de acordo com Helenir, muitos servidores não terão condições financeiras de se deslocar ao trabalho com o parcelamento dos salários. Às 16h, a presidente do Cpers vai tomar a frente e sugerir às demais categorias que sigam os professores e aprofundem o movimento.
- Sartori está sacrificando toda a sociedade do Rio Grande do Sul. Quero manifestar repúdio e indignação quanto ao deboche que foi a postura dele dançando na Expointer, enquanto os servidores públicos vivem os maiores dramas das suas vidas - disse Sérgio Arnoud, representante da Fessergs.
Abandono total dos presídios
Os principais setores afetados, além da educação, devem ser a segurança pública, os presídios e a saúde. No domingo, o representante dos soldados da Brigada Militar, Leonel Lucas, previu o aquartelamento a partir de terça-feira. Hoje, Flávio Berneira, do sindicato dos agentes penitenciários (Amapergs), falou em abandono total da segurança das penitenciárias por parte da Susepe.
- Recebi relatos de diversos presídios do Estado. É tamanha a indignação que estamos provocando os sindicatos a abandonarem de forma integral as cadeias - garantiu Berneira.
O calendário de pagamento do funcionalismo
- Dia 31/8 (segunda-feira): Parcela líquida de R$ 600,00
- Até o dia 11/9 (sexta-feira): Parcela líquida de R$ 800,00 (R$ 1.400,00: 32% dos vínculos)
- Até o dia 15/9 (terça-feira): Parcela líquida de R$ 1.400,00 (R$ 2.800,00: 67% dos vínculos)
- Até o dia 22/9 (terça-feira): Parcela complementar (100% dos servidores do Poder Executivo - ativos, inativos, pensões previdenciárias e pensões alimentícias)